Vencemos a primeira etapa da luta para derrubar Bolsonaro
Encerrado o primeiro ciclo.
Os atos deste domingo (21) encerraram um primeiro ciclo da luta pela derrubada de Bolsonoro. Só um primeiro ato. Durante os meses iniciais do ano, a extrema direita estava se manifestando nas ruas em favor do governo genocida. Algumas manifestações de março e abril chegaram a ser relativamente fortes, não de massas, mas com base social de classe média comerciante e afins, querendo flexibilizar as regras de distanciamento (em verdade, liquidar com elas).
Naquele momento, a aparência era de que apenas a canalha bolsonarista tinha poder de convocatória. Os manifestos e as notas de repúdio contra Bolsonaro estavam cansando, cuja ineficácia mostrava que as redes são úteis mas não podem substituir as ações de rua. Até que se saiu. Primeiro, sozinho, um grupo de antifascistas de Porto Alegre, confrontando os bolsonaristas em frente ao quartel. As manifestações do governo já estavam fracas. No dia 31 de maio, em SP, os antifascistas, puxados pela torcida do Corinthians, ganharam nas ruas dos fascistas em número e em determinação.
Era já a mudança na relação de forças nas ruas. Acabara a ideia de que os bolsonaristas teriam mais força nas ruas. No domingo seguinte, a prova foi completa. Apesar da tentativa de uma parte da esquerda de desmobilizar, no dia 7 de junho, impulsionados por SP e na esteira da rebelião negra nos EUA, protestos antirracista e antifascista, e pelo Fora Bolsonoro, foram a marca do país de norte a sul. As manifestações bolsonaristas quase não existiriam. Foram elas que ficariam encolhidas desde então.
Neste domingo (21), encerra-se o ciclo, cuja a definição é a do ciclo em que os bolsonaristas perderam o domínio das ruas. Eles podem seguir fazendo seus atos. Serão pequenos. Serão isolados. Não terão apoio. Poderemos fazer alguns manifestos, mas já deixamos claro que não lutaremos apenas com manifestos. Nem apenas nas redes. Bateremos panela; faremos manifestos; utilizaremos as redes. E iremos às ruas quando for o caso.
Hoje, em razão da pandemia, já fomos em menor número. Fomos ainda com mais cuidados com o distanciamento social. No próximo domingo, nem deveremos ir por conta de que o ciclo encerrado já tem seu balanço claro e porque temos de contribuir para que a tragédia da saúde não aumente. Mas estamos atentos. E voltaremos assim que avaliarmos necessário.
E quando voltarmos, será com muito mais gente. Será para o ato seguinte, para o ato final: o da queda de Bolsonaro e sua milícia.