Justiça britânica decide contra extradição de Assange aos EUA
A decisão é uma vitória do ativista, que vem sendo perseguido pelos últimos 10 anos por publicar documentos de interesse público no WikiLeaks.
A justiça britânica decidiu contra a extradição de Julian Assange aos Estados Unidos. No julgamento realizado hoje de manhã no Reino Unido, a juiza Vanessa Baraitser aceitou o argumento de que as condições dos presídios americanos são perigosas para a saúde mental de Assange e que não seriam capazes de impedir que ele cometesse suicídio. O governo americano deve recorrer, enquanto a defesa entrou com um pedido de fiança para que Assange possa responder em liberdade. Esse pedido será julgado nesta quarta-feira.
Como destaca o jornalista Kevin Gosztola, que cobriu todo o julgamento, Baraitser aceitou praticamente todas as alegações do governo americano que criminalizam a atividade jornalística de Assange, o que é alarmante para a liberdade de imprensa. Ainda assim a decisão é uma vitória do ativista, que vem sendo duramente perseguido pelos últimos 10 anos por publicar documentos de interesse público no WikiLeaks.
O pânico com que os que poderosos reagem a Assange comprova a força de suas ideias e do seu exemplo. Slavoj Zizek caracteriza o australiano como um espião de e para o povo, que revelou ligações espúrias entre grandes corporações privadas de tecnologia e agências governamentais. Não há um estado por trás dele, enquanto um forte aparato trabalha dia e noite para acossá-lo.
Assim, cabe a nós não esquecer Assange e lutar pela sua liberdade. A decisão de hoje é um importante passo nessa luta.