O Banco do Brasil vai parar no dia 29
A decisão de paralisar as atividades se deve a uma reestruturação que vai prejudicar milhares de bancários, penalizar a população e diminuir o peso do banco na sociedade.
Os funcionários do Banco do Brasil, reunidos em assembleia nas maiores cidades brasileiras, decidiram paralisar suas atividades por 24 horas, no dia 29 de janeiro. Os bancários do BB não faziam paralisação desde 2017, última campanha salarial da categoria que teve greve. Essa paralisação acontece no momento em que outras categorias, como caminhoneiros e metroviários, preparam paralisações.
A decisão de paralisar as atividades fora da campanha salarial se deve a uma reestruturação que vai prejudicar milhares de bancários, penalizar a população e diminuir o peso do BB na sociedade.
No total serão fechadas 112 agências, 242 postos de atendimento e 7 escritórios de negócio. Também vai transformar 243 agências em postos de atendimento e 145 agências passarão a ser “lojas do Banco do Brasil”, onde não haverá guichês de caixa.
O fechamento das unidades vai representar o fim de centenas de comissões de gerentes gerais e funções intermediárias. Além disso, vai reduzir a dotação de centenas de unidades, o que significa uma importante redução no número de comissões.
A intenção do Banco do Brasil é diminuir o quadro em 5 mil funcionários através do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e Programa de Desligamento Extraordinário (PDE). O BB também pretende, para ajustar as dotações de suas unidades, transferir funcionários de forma compulsória para fora do seu município de trabalho, uma atitude que outras vezes a justiça já impediu.
Além dessas medidas, a função de caixa foi extinta. No Brasil, são mais de 10.000 caixas que trabalham no BB que perderam esta gratificação, recebendo apenas o salário base, atuando no caixa somente quando determinado pelo Banco e serão remunerados por dia trabalhado. Isso causa, na prática, uma redução salarial aos colegas que contam com a gratificação para a composição da renda.
Outra face do ataque ao funcionalismo é o ataque à organização sindical. Em pleno exercício do mandato, o banco pretende transferir delegados sindicais. Um dos casos é do nosso companheiro, delegado da GECEX-SP, Bento Jose Ferreira. Não podemos aceitar uma atitude que claramente viola o direito do exercício da representação sindical, e configura um ataque ao movimento sindical como um todo. Nesse sentido, solicitamos que todos assim o abaixo assinado neste link.
Mas as consequências dessa reestruturação não atingem somente o funcionalismo, e sim toda a sociedade. O Banco do Brasil é o maior provedor de crédito nas regiões mais pobres do país e, em várias cidades, os únicos bancos presentes são bancos públicos, o que pode diminuir significativamente o atendimento no interior do país. Milhares de trabalhadores terão acesso ao sistema bancário somente por correspondentes bancários, onde há falta de segurança e trabalhadores que não são treinados para fazer um atendimento bancário. Em plena pandemia a diminuição de agências vai aumentar a aglorameração de pessoas, além do aumento do tempo de atendimento, que pode aumentar o tempo de uma possível exposição ao vírus.
O resultado das reestruturações tem sido a diminuição do peso dos bancos públicos na sociedade, o que significa um crédito mais caro e que regiões de menor peso econômico terão menos acesso ao crédito. Neste cenário, ao invés de o BB estar dando acesso ao micro crédito para 48% dos(as) brasileiros(as) que trabalham como informais, micro empreendedores(as) individuais (MEIs) com baixíssima formalização e garantindo para a população sem teto em geral a oportunidade da tão sonhada “casa própria”, com o aumento do crédito imobiliário a menores taxas de juros, ele está excluindo milhares de pessoas do acesso a esses e a outros serviços do sistema financeiro.
Nesse sentido pedimos para você que é bancário do BB paralisar sua atividade no dia 29 de janeiro. Mesmo que você não seja atingido neste momento, é questão de tempo, se o processo de reestruturação continuar nessa lógica, para você também ser atingido. Mas, se você não é bancário, também é fundamental seu apoio. Faça uma postagem de apoio à greve na rede social, compartilhe essa publicação, converse com seu amigo e assine o abaixo assinado contra a remoção.
Essa é uma luta de todos! O Banco do Brasil é nosso!