Vacina e impeachment, já!
O povo brasileiro tem duas necessidades: vacinação em massa e impeachment de Bolsonaro, já! Carreatas em todo o Brasil neste sábado 23/01!
O ano de 2021 iniciou-se, como se previa, com uma catástrofe, vivida especialmente no Norte do país, com o agravamento da pandemia e da miséria. Em todo o país, o sentimento é de choque e indignação com as cenas dramáticas e com a morte banalizada: Manaus vive um verdadeiro genocídio. Todos os dias, são reportados casos na capital e no interior amazonense de pessoas e até de famílias inteiras mortas por asfixia pela falta de oxigênio e de assistência.
O trauma abre caminho para uma nova situação política, com o grito represado da raiva popular. Amplos setores, agora, buscam uma resposta para dar fim à calamidade. Diante do caos do governo negacionista de Bolsonaro, que permitiu o colapso da rede hospitalar amazonense e que sabota as possibilidades de imunização em massa para dar fim ao sofrimento da pandemia, o povo brasileiro tem duas necessidades prementes: a vacinação em massa e o impeachment já de Bolsonaro, para remover o responsável por esta tragédia do Planalto. Nos próximos dias, nossa tarefa é potencializar essa batalha.
Um Brasil “quebrado” e asfixiado
A falência do governo Bolsonaro é visível em todos os aspectos. O desastre de Eduardo Pazuello – terceiro ministro da Saúde durante a pandemia, um general que assumiu a função simplesmente por sua disposição de cumprir as ordens criminosas do Planalto, como a distribuição de cloroquina – escancarou-se neste início de ano: tendo recebido dias antes, em Manaus, as informações de que a cidade não teria mais oxigênio suficiente para atender a demanda, o general afirmou que nada poderia fazer. Sua força-tarefa na cidade encarregou-se de exigir que o sistema de saúde manauara oferecesse “tratamento precoce”, ou seja, cloroquina a uma multidão crescente de contaminados. O auxílio mais robusto veio do governo da Venezuela, retribuído com mais uma rodada de agressões de Bolsonaro.
A sabotagem da imunização chocou o país. Finalmente, após semanas de indefinição e de ataques do governo, a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, foi aprovada. As doses disponíveis, absolutamente insuficientes, no entanto, sequer permitirão proteger os profissionais da saúde da linha de frente. Enquanto isso, o governo protagonizou um vexame internacional, à cata de um punhado de vacinas na Índia que fizesse Bolsonaro não aparecer derrotado diante de Doria. A política externa brasileira, conduzida pela família presidencial e por ideólogos neofascistas sob as ordens do trumpismo, ameaça isolar o país das cadeias de suprimento de vacinas e insumos. A dependência tecnológica brasileira escancarou-se.
Sem qualquer plano crível de controle do contágio, sem planejamento de uma campanha de imunização em massa e sem perspectivas de recuperação econômica, Bolsonaro afirmou que “o Brasil está quebrado” como forma de fugir de suas responsabilidades. Na realidade, quebradas estão as famílias brasileiras, ameaçadas pela morte, pela doença, pelo desemprego e pela pauperização. Notícias como a saída da Ford do Brasil, do plano de reestruturação do BB, a inflação dos alimentos, dos aluguéis e o fim do auxílio emergencial levam desespero ao povo. Começam, também, a ser demonstradas preocupações na burguesia, no interior da qual já haja quem, diante das perdas, comece a sussurrar que o rei está nu. Crise econômica, sabotagem no combate à pandemia, destruição ambiental, isolamento internacional, fracasso do Enem, ameaça de inquéritos contra opositores… Para onde se olhe, há caos e destruição conduzidos por um ministério desmoralizado de arrivistas, incompetentes e neofascistas sob as ordens de Bolsonaro.
O impeachment volta à agenda
A calamidade exposta em Manaus e o temor de que, nas próximas semanas, este seja o retrato de todo o país – dada a sabotagem bolsonarista a qualquer possibilidade de combate da pandemia – fizeram o rumor da necessidade de deposição de Bolsonaro voltar à cena nos círculos políticos. Os editoriais dos principais jornais brasileiros abordaram o tema na semana. O ex-ministro do STF Ayres Britto, acompanhando corrente de opinião que se fortalece nos meios jurídicos, afirmou haver crimes de responsabilidade passíveis de punição pelo impeachment. Esta palavra, que começa a tomar o debate nacional, apareceu 432% a mais em redes sociais a partir dessa semana, segundo um mapeamento recente. Ainda nas redes, começa a circular um “placar” do impeachment, que indica as posições dos deputados.
As três últimas pesquisas de opinião (XP/Ipespe, Ideia/Exame e Datafolha), com algumas variações nos resultados, são unânimes ao mostrar que a popularidade do governo despencou. Os panelaços voltam a tomar as principais cidades. Enquanto isso, um Congresso em recesso dedica-se à disputa pela liderança das Casas, protagonizada pelos partidos do centrão e pela avidez do governo, diante da crise, de controlar o Legislativo com a candidatura de Arthur Lira para tentar impedir o impeachment. Bolsonaro já afirma que, “se deus quiser”, continuará seu mandato.
É hora de mobilização: Fora, Bolsonaro!
Já são quase 215 mil vidas perdidas para a Covid-19. Quantos milhares mais precisarão morrer para que a política negacionista e criminosa de Bolsonaro seja interrompida? Quanto tempo mais será necessário esperar para que uma campanha nacional de imunização em massa possa terminar com o sofrimento do povo brasileiro?
A única forma de controlar a pandemia, recuperar a economia e os empregos perdidos é impedindo que Bolsonaro siga com seu projeto de destruição nacional e ataque contra os direitos da classe trabalhadora e do povo brasileiro. A saída para o Brasil é vacina e impeachment, já! É hora de mobilização! A iniciativa das carreatas em todo o país neste sábado, dia 23 de janeiro, é fundamental para que se inicie uma mobilização de massas para derrotar o bolsonarismo e sua política de morte! Vamos às ruas! Fora, Bolsonaro!
Acompanhe abaixo as carreatas marcadas para este sábado, 23/1, em todo o Brasil:
Região Norte
PA – Belém – Av. Doca de Souza Franco | 9h
AC – Rio Branco – Uninorte | 15h
TO – Palmas – Estação Apinajé | 15h
Região Nordeste
AL – Maceió – Praça Centenário | 15h
AL – Maceió – Papódromo | 15h
BA – Salvador – Vale da Canela | 9h
BA – Salvador – Do Cab até o Farol da Barra | 15h
CE – Fortaleza – Rua Dragão do Mar, 81 | 15h
PB – João Pessoa – Liceu ao Busto | 16h
PE – Recife – Em frente à fábrica Tacaruna | 9h
PI – Teresina – Centro Administrativo | 9h
MA – São Luís – Praça Maria Aragão | 15h
Região Centro-Oeste
DF – Brasília – Estacionamento da Torre de TV, Funarte | 9h
MS – Campo Grande – Cidade do Natal | 10h
MT – Cuiabá – UFMT, Guarita 1 | 9h
Região Sudeste
SP – São Paulo – ALESP | 14h
SP – Campinas – Largo do Pará | 11h
SP – Osasco – Parque dos Paturis | 8h30
SP – São José dos Campos – Estádio Martins Pereira | 10h
SP – Rio Claro – Praça da UNESP | 10h
SP – Araraquara – Gigantão (arena da fonte) | 10h
SP – Ribeirão Preto – Estádio do Botafogo | 10h
MG – Belo Horizonte – Mineirão | 16h
MG – Montes Claros – Praça Beato Francisco | 8h
RJ – Rio de Janeiro – Monumento a Zumbi, Av. Presidente Vargas | 10h
Região Sul
PR – Curitiba – Praça Nossa Senhora de Salete | 15h30
SC – Florianópolis – Koxixo’s Bar | 16h
RS – Nova Hamburgo – Pista de Evento de NH | 9H30
RS – Porto Alegre – Largo Zumbi | 16h