Genocídio por escolha
Com avanços no conhecimento científico sobre o vírus e aprendendo com experiências de diversos países no combate à pandemia o genocídio ocorre por omissão de diversas autoridades.
Estamos numa situação catastrófica em que muitas pessoas morreram nas filas dos hospitais enquanto outras passam fome. Para iniciar essa reflexão, vamos lembrar que Osasco é beneficiada pela presença de grandes empresas e questionar: Qual a contribuição do alto empresariado no combate à fome durante esse período de pandemia? O que vemos são ações solidárias surgindo do povo para o povo, mesmo que Osasco não tenha parado de crescer economicamente neste último ano. Enquanto há filas para receber cestas básicas, para receber o auxílio emergencial muito insuficiente na Caixa Econônomica e nos hospitais a procura de vaga na luta contra o vírus, do outro lado as grandes empresas continuam explorando as trabalhadoras e trabalhadores que se arriscam diariamente em ônibus, trens e metrôs lotados. Além de pressionarem a prefeitura para abertura completa.
Durante esse período mais restritivo que passamos, uma série de medidas foram decretadas. Mas vivendo nos bairros de Osasco se observou que os comércios permaneceram abertos ou funcionando disfarçadamente com a porta fechada. Não é a toa, a fome e medo de quebrar dos pequenos negócios é real, inclusive chatageando seus funcionários com a demissão. Dito isso, não existe nenhuma política pública que forneça condições aos trabalhadores para garantir o direito ao isolamento social.
Essa política genocida do deixa morrer por uma doença que já existe vacina, tira de nós nossos amores, companheiros e as possibilidades de sonhar. Mas o lockdown duro e com tempo delimitado aplicado com excelente resultado em muitas cidades e regiões pelo mundo é descartado desdo início dessa crise sanitária com a justificativa de que “afetaria a economia”, como se esse último ano de pandemia sem lockdown não tivesse aumentado a probreza no Brasil. Entre o vírus e a fome persistem em escolher os dois.
O que interessa é o lucro a cima de tudo e de todos, os que morrem no caminho são somente mais um CPF na conta. Enquanto não adotarmos medidas radicais para frear a transmissão do vírus vamos continuar vendo milhares de vidas perdidas inutilmente.
Muitos países que tomaram medidas mais restritivas como o Lockdown, barreiras sanitárias, distribuição de máscaras de qualidade e garantiram condições para que sua população não corresse risco de fome e os pequenos negócios não quebrassem, hoje vivem retomadas econômicas sustentáveis manejando e rastreando os novos focos de contaminação.
A impressão que fica é que enquanto a fome e o medo do vírus assola a população, o lucro sobre a morte está sendo muito bem aproveitado por alguns. Já que pelo menos aqui em Osasco o número de funerárias particulares tem crescido agora que esse ramo de negócio não é mais proibido por lei. É difícil passar um dia sem receber uma proposta de plano funerário por telefone, email ou correio.
Estamos vivenciando um caos enquanto nas redes sociais do prefeito Rogério Lins (PODE) tudo parece estar sob controle, quase uma outra cidade que não a nossa onde estamos vendo nosso povo sofrer. A dor de cada família que perde seu ente querido também está em suas mãos, nas suas escolhas e omissões.
A vacina é a única solução definitiva para encerrar de uma vez a crise sanitária, mesmo assim encontrou toda a resistência possível de Bolsonaro para fornecê-la à população. Assim, a quebra das patentes é crucial para ampla produção e distribuição do imunizante. Ao mesmo tempo que medidas sanitárias e econômicas mais assertivas devem ser tomadas para frear a propagação do vírus, com a implementação de rendas básicas municipais e estaduais, auxílios aos pequenos comerciantes, enquanto se aplica fiscalização rígida sobre os grandes empresários. De maneira alguma o negacionismo pode ter espaço, temos que ter tolerância zero com o suposto tratamento precoce e exigir distribuição de PFF2 (peça facial filtrante mais recomendada na proteção contra a covid-19) aos trabalhadores que permanecerem em trabalho presencial. Com todos os avanços científicos sobre o vírus e experiências de diversos países no combate à pandemia, é intolerável que esse genocídio continue.