Ataque ao acampamento da FNL

No dia 01 de maio, no Dia do Trabalhador, a ocupação da FNL em Taparaí (MG) sofreu um ataque a tiros.

5 maio 2021, 18:10

A ocupação da Fazenda Borrachudo, em Tapiraí (MG), propriedade abandonada há mais de 25 anos, marcou a celebração do Dia do Trabalhador (1/5), organizada pela coordenação da Frente Nacional de Lutas em Minas Gerais.

Mas a ação não ocorreu sem uma reação violenta contra as 50 famílias acampadas. Um homem, identificado como João Bosco, foi até o local, dizendo-se dono daquela terra. Chegou num carro, com armas propositalmente à mostra. A Fazenda Borrachudo fica em uma região dominada pelo latifúndio e predominantemente bolsonarista.

Por volta da meia-noite, todos foram acordados por tiros e gritos de “Vão morrer, vagabundos!”. As famílias ficaram atordoadas e correram para a mata na tentativa de fugir dos tiros, que só cessaram às 2h

Pela manhã, ao retornarem ao acampamento, encontraram marcas de tiros por toda a parte. Mais de 80 cápsulas espalhadas no chão.

O homem que se diz dono da fazenda mora em Belo Horizonte e tem criado gado na área. Mas a comunidade diz que a terra não pertence a ele.

As famílias decidiram resistir, mas os próprios moradores da cidade informaram que há boatos de que os jagunços voltarão. E para matar.

Diante disso, a coordenação da FNL definiu retirar todos da fazenda, mas não desistiu de lutar pela área, que tem capacidade de assentar 200 famílias. A FNL se manterá firme, fincando a bandeira da luta pela terra.

Confira a nota da Coordenação Nacional da FNL:

ATAQUE AO ACAMPAMENTO DA FNL

No dia 1º de maio de 2021, em comemoração ao dia do Trabalhador, a Coordenação da FNL no Estado de Minas Gerais, definiu em realizar uma ocupação, mantendo assim o dia de luta como nos remete essa data.

Logo após a ocupação, as famílias receberam a visita do Senhor João Bosco que se diz proprietário da área. Na oportunidade, as famílias puderam observar que no carro continha várias armas, pois estavam à mostra como forma de intimidar as famílias que estavam ocupando a área.

A definição da ocupação da fazenda Borrachudo se deu depois que a coordenação tomou conhecimentos do abandono da área a mais de 25 anos. Após ouvi munícipes que comentavam não haver habitantes na área a mais de 25 anos e que não se sabe ao certo a quem pertence a área, a coordenação organizou os trabalhadores e partiram para ocupação.

A fazenda Borrachudo foi ocupada com 50 famílias, mas a área tem capacidade para abrigar uma Projeto de Assentamento com 200 Famílias. A ideia ir trazendo aos poucos as famílias de outros acampamentos e também com novamos famílias que iriam se juntando.

A fazenda está localizada na Cidade de Tapiraì, uma região predominantemente dominada pelo latifúndio e como em todas as regiões do Brasil onde predomina o latifúndio, o bolsonarismo domina e segue o discurso do Genocida do Bolsonaro. Se não bastasse isso, o governador de Minas Gerais é um conhecido defensor do Governo Genocida do Bolsonaro e com isso, predomina a impunidade.

Quando todos dormiam por volta das 23:50 (vinte e três horas e cinquenta minutos) todos foram acordados ao barulho de muitos tiros e de gritos de que “Vão morrer vagamundos”. Como não se sabia ao certo de onde partia os tiros, devido a área conter muita espaços de mata, as famílias ficaram, atordoadas e extremamente preocupadas, principalmente com as crianças que dormiam no momento e acordaram sem saber para onde ir.

Ao identificar de onde partiam os tiros, as famílias correram em sentido contrario para se abrigarem e se protegerem dos tiros que não paravam. Só a partir das 02:00hs (duas horas) da manhã os tiros pararam e as famílias se mataram escondidas no mato até o dia clarear.

Pela manha ao retornar ao local onde estavam acampados (casas velhas abandonada na área) perceberam a quantidade de furos nas paredes causadas pelos tiros. Em seguida foram percorrer a área para ver o local de onde partiram os tiros e puderam ver a quantidade de cápsula que está no meio do mato. Foram recolhidas mais de 80 cápsulas de balas de diferentes armas.

O Senhor João Bosco que se diz proprietário da área é morador da Cidade de Belo Horizonte e tem criado gado na área. Mais segundo os munícipes a área não pertence a ele, como também não se sabe ao certe de quem é essa área, tendo em vista seu abandono a mais de 25 anos.

As famílias realizaram uma assembleia e definiram ficara na área e resistir, mais depois de conversar com os moradores da cidade de Tapirai, foram informados que o que se fala na cidade é que os jagunços irão voltar e a ordem é matar os sem-terra.

Tem em vista o risco eminente e a quantidade de crianças e a venerabilidade de todos, a coordenação definiu retirar todos da área e ainda está definindo se matem um grupo como forma de resistir a pressão do latifúndio. O fato é que a coordenação e as famílias já decidiram lutar pela área.

Em participação recente do Presidente Jair Genocida Bolsonaro expor zebu, ela falou que não havia mais ocupações de áreas em seu governo. Esse é a prova de quer os trabalhadores continuam em luta e mantendo vivo o sonho da terra dividida e por mais que eles queiram negar a reforma agrária, a FNL se manterá firme fincando a bandeira da luta pela terra.

Coordenação Nacional da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL)


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi