Uma nova esquerda renasce em Araçatuba
As recentes mobilizações populares demonstram novos ares de esperança na cidade símbolo do agronegócio paulista.
Araçatuba, “capital” regional de umas das regiões administrativas do noroeste paulista, sempre é lembrada como cidade símbolo do poder do agronegócio e da direita tradicional dentro do estado de São Paulo. Porém, os ventos recentes das mobilizações populares demonstram novos ares de esperança, com a consolidação de um novo ciclo para a esquerda araçatubense e os movimentos populares da cidade. Os atos recentes do dia 29 de maio e do dia 19 de junho reafirmar esse caráter renovador do processo de organização popular e alguns pontos merecem destaque para esse debate.
Ambas as manifestações ocorridas contra o governo genocida vigente demonstraram ampla unidade entre os partidos, centrais sindicais e setores progressistas dispostos a lutar pela vida, pela ampliação da vacinação, por emprego, por educação e contra as medidas econômicas de Guedes e de todo o governo Bolsonaro e seus cúmplices, que carregam nas mãos o sangue pelas mais de 500 mil vidas perdidas. Essa unidade, que não havia ocorrido em 2019, demonstra a capacidade de diálogo crescente entre os movimentos diversos na defesa de união nas lutas populares que tem tomado as ruas e praças.
Ainda, o protagonismo da juventude nesses processos é de fundamental destaque, sendo não apenas um setor de mobilizações nas ruas e nas redes sociais, mas também que adentra a institucionalidade e participa ativamente da construção e disputa dos rumos do projeto de sociedade e de futuro que queremos, sendo protagonista e não mais coadjuvante dessa discussão. Justamente esse novo protagonismo da juventude em colocar-se como protagonista das lutas populares da cidade, frente à uma burocracia institucionalizada, que referencia a nova esquerda de Araçatuba, conectada com as pautas sociais e a realidade do povo trabalhador.
Contudo, não apenas a juventude assume destaque nessa construção, os movimentos populares ligados à luta pela terra e pela reforma agrária, com destaque para a FNL na cidade, os movimentos em defesa da democratização da educação e contra as opressões sistêmicas, o movimento de mulheres e, também, o de religiosos que não aceitam a mercantilização da fé são fundamentais nesse processo de reorganização da esquerda araçatubense, pois levam os debates presentes dentro da sociedade para o interior da institucionalidade (partidária, sindical e das organizações sociais) frente à burocracia característica de tempos anteriores que era desconectada da realidade da população araçatubense.
Assim, no interior do interior de São Paulo, a resistência levanta-se. Uma resistência que assume e não nega a sua luta e as suas bandeiras, uma resistência que não tem medo de defender a construção de um projeto que atenda aos interesses da população, que assume seu lado e não tenta conciliar interesses inconciliáveis. Esse novo caráter que tem ganhado as mobilizações populares de Araçatuba, nos atos e nas lutas do dia a dia, mostra essa renascença da esquerda araçatubense na cidade.
O conjunto de todo esse processo é expresso pela atuação do PSOL no município, que foi o agente principal desse processo de renascença do caráter popular da esquerda araçatubense e, sem medo de vacilar, é o principal impulsionador das lutas populares unitárias que tem seguido pela cidade, seja pela atuação do partido, seja pela atuação dos movimentos impulsionados por seus militantes. O ato do dia 19 de junho reafirmou o importante papel do PSOL enquanto impulsionador da luta organizada unitária frente ao governo de Jair Bolsonaro.
Por isso, para falar de política hoje em Araçatuba é preciso falar do PSOL, que em 2020 conseguiu a candidatura mais votada do campo popular para o legislativo de Araçatuba e nesse 1° semestre de 2021 não se escondeu, muito pelo contrário, seguiu na luta e construção de campanhas de solidariedade e pela unidade nas lutas das ruas pelo Fora Bolsonaro. Por isso, sem dúvida nenhuma, o PSOL hoje é protagonista das lutas populares da cidade.
Sigamos construindo as lutas por igualdade e justiça, sem vergonha de dizer nosso nome e nosso projeto, sem medo de vestir a camiseta símbolo da luta pela liberdade e contra toda forma de opressão. Amanhã há de ser outro dia.