O governo estadual do RS: Abandono do ensino a distância e descontos abusivos nos contracheques dos professores
Mais uma vez o estado do RS está jogando nas costas dos professores uma política de sobrecarga de trabalho e descontos indevidos.
Ultimamente nossas maiores façanhas são o descaso e o abandono do serviço público. Sobretudo, quando o assunto é a educação. Mais uma vez, o governo gaúcho aponta para a precarização do ensino. Está forçando o retorno presencial, mesmo com os estudantes recém chegando no momento de tomar a primeira dose da vacina. As mortes por covid-19 estão chegando na casa dos 600 mil, e a média diária permanece entre 500 e 1000 mortes ao dia, desde o retorno no modelo híbrido.
O governo de Eduardo Leite (PSDB), neste momento do último trimestre do ano letivo, possibilita que professores tenham somente uma hora por dia para atender os estudantes que estão em casa cumprindo o isolamento social. Em alguns casos, como no ensino fundamental, não existem mais horários para que os estudantes da plataforma sejam atendidos. Os professores estão voltados para o ensino presencial, e os alunos que estão em casa estão totalmente desassistidos. Para evitar o colapso total do ensino e o abandono dos estudantes, que está sendo orquestrado por Eduardo Leite e sua secretária da educação, Raquel Teixeira, nós professores estamos atendendo os estudantes em folga, nos momentos de descanso.
Mais uma vez o estado do RS está jogando nas costas dos professores uma política de sobrecarga de trabalho e descontos indevidos. A saga dos descontos indevidos nos contracheques dos trabalhadores da educação parece não ter fim. Alguns colegas tiveram descontos de passagem de ônibus na casa dos mil reais, mesmo trabalhando presencialmente dentro do modelo híbrido, desde maio deste ano. Esses descontos ainda não consideram todo o gasto que tivemos trabalhando em casa, gastando energia elétrica, internet e etc, já que a internet precária que o governo disponibilizou não permitiu aos estudantes e professores realizarem as aulas online, os famosos meets. Se não pagássemos os custos dessa tarefa do nosso bolso, esse tipo de atividade seria inviável. Somado à precarização do ensino, à falta de reajuste salarial em sete anos (quase uma década), e o sofrimento causado pela pandemia, sem dúvida nenhuma, teremos um dos fechamentos de ano letivo mais dramáticos da categoria.
Não bastasse esse cenário, ainda precisamos ter atenção ao governador que quer se promover por fazer o mínimo, que é cumprir a lei e pagar os salários em dia. Vivemos sob a tensão de mais uma reforma que vem tirar direitos dos educadores, a reforma administrativa, que assim como a reforma trabalhista e a da previdência, vão ferir e muito os direitos dos trabalhadores.