Vamos por uma segunda reforma agrária
No Peru, governo vem tomando medidas importantes de fortalecimento agrícola.
No domingo, 3 de outubro em Cusco, após 53 anos da reforma agrária dada por Juan Velasco Alvarado, nosso presidente constitucional, Professor Pedro Castillo Terrones, lançou a IIª REFORMA AGRÁRIA. Esta é uma questão muito importante, por uma razão fundamental, as sociedades são sustentadas pela agricultura. Além disso, porque esta IIª Reforma Agrária implicaria um novo passo na direção iniciada pela Velasco.
O Peru é um país rico na produção agrícola de vários produtos; no entanto, apoiamos a tabela de milhões de peruanos, beneficiando-se das importações. Em outras palavras, somos um país que produz batatas e arroz, mas em vez de comprar de produtores peruanos, as empresas preferem comprar do exterior.
Portanto, os eixos que o governo tem promovido em Cusco são importantes:
1.- Segurança alimentar.
2.- Associatividade e Cooperativismo.
3.- Infra-estrutura Hidráulica.
4.- Serviço Civil no Setor Agrário.
5.- A industrialização rural.
6.- Promoção dos Mercados dos Produtores e das Compras do Estado.
8.- Repovoamento pecuário.
9.- Articulação Intergovernamental e Intersetorial no território.
10.- Crédito de um Banco de Desenvolvimento Agrário.
Estes são excelentes eixos para o FORTALECIMENTO AGRÍCOLA e devemos apoiá-los; no entanto, os problemas da terra, da administração da água, da mudança da institucionalidade do Setor e das organizações agrárias e dos agricultores sem terra ainda estão pendentes de solução.
A questão da terra pode ser resumida em termos de propriedade de terra em larga escala e de propriedade de terra em pequena escala na produção agrícola. Os pequenos agricultores (60% da terra) têm terra em lugares com baixa qualidade; no entanto, a melhor qualidade da terra está nas mãos dos agroexportadores. Outro exemplo é a água: a gestão da água está nas mãos dos grandes agroexportadores.
Mais um eixo a considerar a fim de aprofundar a IIª Reforma Agrária em favor daqueles que menos têm, deve considerar que as novas terras que são incorporadas à atividade agrícola devem ser concedidas aos AGRICULTORES SEM TERRA organizados em cooperativas, associações, etc. e que o Estado deve estar presente.
É essencial avançar com a reforma agrária dada pelo governo em conjunto com os trabalhadores rurais, já que são eles que fornecem o sustento de todos os peruanos. A terra para quem a trabalha.
Artigo originalmente publicado em Súmate. Reprodução da tradução realizada pelo Observatório Internacional do PSOL.