FNL protesta contra reintegrações de posse arbitrárias em Castilho, São Paulo
Nesta quarta-feira (3), a Frente Nacional de Luta realizou um protesto na Câmara Municipal de Castilho, na região de Araçatuba, no interior paulista, contra a arbitrariedade de uma reintegração de posse solicitada pelo prefeito.
Nesta quarta-feira (3), a Frente Nacional de Luta realizou um protesto na Câmara Municipal de Castilho, na região de Araçatuba, no interior paulista, contra a arbitrariedade de uma reintegração de posse solicitada pelo prefeito. As áreas rurais em questão são públicas e tiveram a permissão de uso, visando ao desenvolvimento social de famílias da cidade, aprovada pelo período de 10 anos pelos vereadores e sancionada pela gestão municipal passada, constituindo leis municipais (n° 2.860 de 20 de dezembro de 2019 e n° 2932 de 12 de agosto de 2020).
Contudo, a nova gestão municipal, sem debate, solicitou a reintegração de posse das áreas, buscando retirar das famílias os espaços que atuam como fonte de geração de renda e trabalho. Diante dessa arbitrariedade, a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade – FNL realizou uma manifestação na sede do Poder Legislativo Municipal para cobrar a imediata reversão da medida de reintegração, garantindo paz e segurança para que possam utilizar-se da terra para produzir e garantir seu sustento, além de denunciar a perseguição política contra o movimento.
O caso de Castilho demonstra a mobilização permanente da FNL na defesa da democratização do acesso à terra no Brasil, defendendo a reforma agrária e a agricultura familiar como formas de combater o desemprego, a fome, a insegurança alimentar e os latifúndios que persistem historicamente no país. Em uma nação com imensa concentração de renda nas mãos de poucos, a organização do povo para lutar por garantias fundamentais e por uma vida digna é de fundamental importância, para assim buscar a construção de uma sociedade menos desigual.
Nesse sentido, as ocupações rurais da FNL na região do Pontal do Paranapanema, também no interior paulista, têm sido um dos principais focos de resistência contra o projeto político elitista vigente. Os acampamentos se espalharam por municípios como Rosana, Marabá Paulista, Euclides da Cunha, Presidente Bernardes, Mirante do Paranapanema, Sandovalina entre outras cidades, reafirmando a luta pela defesa da reforma agrária. Um documento com a assinatura de 2.214 pessoas chegou a ser entregue no Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), em Presidente Prudente, reivindicando a regulamentação fundiária e que as terras públicas cumpram a sua função social.
A luta da FNL também é em defesa da reforma urbana. A ocupação Tereza de Benguela, uma das ocupações em Votorantim, tem sido frente de resistência dos trabalhadores pela concretização do direito à moradia, para que as famílias possam ter um lar, combatendo a especulação imobiliária e a farra dos aluguéis, os quais tiveram considerável aumento devido a alta da inflação, corroendo os orçamentos familiares e aumentando as desigualdades sociais.
Esse conjunto de lutas da FNL no estado de São Paulo se encontrará e irá se expressar conjuntamente na grande marcha por terra, trabalho, moradia e educação que ocorrerá a partir do dia 10 de novembro, com saída em Sorocaba. O manifesto do movimento apresenta as bases que condicionam essa importante luta, inserindo as demandas populares no debate nacional. O movimento também irá reafirmar a luta pela liberdade e pelo fim das perseguições políticas contra quem luta por um país justo e igualitário.
Todos que compactuam com esses princípios podem colaborar! Conheça a campanha de arrecadação e colabore em https://www.vakinha.com.br/vaquinha/marcha-fnl. Vozes de todo o país se reunirão na grande marcha da FNL para ecoar em um só tom a necessidade de transformação social, colabore você também!
“Que progresso é esse que o custo é a derrubada de nossas florestas, a queimada de nossos biomas, a falta de comida no prato dos brasileiros, o desemprego, despejos urbanos e a violência contra os povos da cidade, do campo e da floresta?
Por isso, resistimos! Acreditamos na mobilização permanente e marcharemos por Terra, Trabalho, Moradia e Educação, pois só o povo organizado consegue enfrentar essa barbárie!”
Trecho do manifesto da marcha por Terra, Trabalho, Moradia e Educação da FNL – FRENTE NACIONAL DE LUTA CAMPO E CIDADE.