Famílias de imigrantes ucranianos de Canoas (RS) pedem apoio para receber refugiados
Psol está à frente de articulação política para garantir suporte do governo no acolhimento de quem foge da guerra.
No alto do salão da Paróquia Ortodoxa Ucraniana Santíssima Trindade, a faixa em azul e amarelo expõe a hashtag Paz na Ucrânia. No templo ao lado, padre Gregório Filakoski dava início à missa do primeiro domingo da Quaresma, período que antecede a Páscoa na tradição cristã. A comunidade ucraniana do bairro Niterói, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, chegava aos poucos para a celebração. São descendentes de pelo menos 50 famílias de refugiados ucranianos que vieram para o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
O culto desse domingo (13/03) exigia o esforço de enfrentar um tempo úmido e fechado, já com os sinais do outono gaúcho. É que a paróquia faria uma liturgia de protesto contra a invasão russa à Ucrânia, e parte dos fiéis estava envolvida na preparação de tainhas assadas, que seriam vendidas no almoço para arrecadar fundos ao auxílio de ucranianos que, porventura, venham ter abrigo no Brasil.
Os descendentes de ucranianos de Canoas buscam todo o apoio possível para que possam acolher seus compatriotas, caso a guerra não cesse, algo que mesmo a fé mais sólida nas providências divinas deixa em dúvida diante da tirania de Putin, a quem esses imigrantes chamam de “terrorista”. Em seu sermão, Padre Gregório ressaltou a coragem do povo ucraniano e pediu proteção e força aos seus soldados e cidadãos.
– Nós, que somos filhos dessa pátria, sigamos nossos irmãos, não nos deixemos abalar pelas tempestades do inimigo. Que Deus ilumine e guie os corações de nossos inimigos e que eles se afastem de nossa terra – proferia diante de ao menos 40 fiéis.
MES abre frente de apoio à comunidade ucraniana de Canoas
A luta das famílias de imigrantes ucranianos de Canoas por suporte para amparar os refugiados do país do Leste Europeu recebeu a solidariedade do Movimento Esquerda Socialista (MES), tendência do PSOL que acompanhou as atividades de domingo e abriu diálogo para levar as demandas da comunidade ao governo do Rio Grande do Sul e para convergir todas as forças políticas que estão contra a guerra e a favor da soberania e da autodeterminação do povo da Ucrânia.
A deputada estadual Luciana Genro (PSOL/RS) já está articulando a participação de representantes das famílias em uma sessão da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado e uma audiência com o governador Eduardo Leite para tratar do acolhimento de refugiados ucranianos em Canoas e de campanhas de arrecadação de donativos. Para os moradores do Niterói, toda a mobilização contra a guerra será bem-vinda, mas é fundamental que se tenha organização para receber aqueles que estão fugindo do conflito. O cultivo das tradições ucranianas e o conhecimento do idioma do país pelas famílias do bairro já colocam Canoas na rota natural de acolhimento no Brasil, onde o Paraná desponta como principal destino, já que conta com o maior número de imigrantes ucranianos do país.
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