Perdemos o revolucionário Alain Krivine
Alain Krivine foi dirigente do NPA e um dos principais líderes da rebelião de maio de 1968 em Paris.
Morreu, neste sábado, Alain Krivine, do Novo Partido Anti Capitalista da França. Krivine foi um dos principais líderes da rebelião de maio de 1968, em Paris. Todos sabem a importância dos anos 1960, e certamente o maio francês foi seu ponto alto. Ele era então um jovem estudante de História, mas já estava na linha de frente da luta política pela construção de um projeto organizacional do marxismo revolucionário.
Havia sido um dos punhados de jovens que, dois anos antes, impulsionara a ruptura com o Partido Comunista Francês e conformado a Juventude Comunista Revolucionária, a JCR, uma das mais destacadas organizações, em conjunto com os anarquistas ligados a Daniel Conh Bendit, nas ações das barricadas naqueles dias em que se declarava em alto e bom som: “sejamos realistas, exijamos o impossível”.
A JCR seria o embrião da organização da IV Internacional (Secretariado Unificado) na França. Krivine teve uma importância na minha formação pessoal, precisamente porque, para os que, como eu, se incorporaram à luta social no início dos anos 1980, a geração de 68 era uma referência histórica. Queríamos repetir suas palavras, seus gestos, suas ações.
Algumas décadas depois, tive a sorte de conhecer pessoalmente esse histórico líder estudantil. Estivemos por duas vezes na mesma reunião, na Holanda e na Bélgica, durante encontros da IV Internacional, da qual ele era um dos principais dirigentes desde os anos 60.