Deputadas do PSOL pedem saída de presidente da Caixa após denúncias de assédio sexual
Pelo menos cinco funcionárias do banco dizem ter sofrido investidas inapropriadas de Pedro Guimarães.
O Ministério Público Federal (MPF) apura denúncias de assédio sexual feitas por, pelo menos, cinco funcionárias da Caixa Econômica Federal contra o presidente do banco, Pedro Guimarães. A investigação do caso, que veio à tona nesta terça (28/06), ocorre sob sigilo.De acordo com uma das mulheres, o executivo costumava tocar seus seios e partes íntimas, além de fazer propostas e comentários de conotação sexual. O temor de sofrer retaliações a fez tardar na denúncia, informou a funcionária.Em função da péssima repercussão do caso, envolvendo um dos homens mais próximos do governo em Bolsonaro em Brasília, o anúncio do Plano Safra, previsto para esta quarta-feira, foi adiado.
As deputadas federais do PSOL, Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim, e a deputada gaúcha Luciana Genro usaram as redes sociais para repudiar o fato.“Mais um machista escroto revelado! São estarrecedoras as denúncias contra Pedro Duarte Guimarães, presidente da Caixa, indicado pelo Bolsonaro, e um dos membros mais próximos ao presidente. Esse governo odeia mulheres! Não passarão!”, escreveu a deputada estadual Luciana Genro.
Melchionna destacou ainda que as relações de Pedro Guimarães com poderosos podem representar risco para as denunciantes.“É urgente preservar a segurança dessas mulheres vítimas da violência de Guimarães. Sabemos que o presidente do banco é um dos integrantes do governo mais próximos do presidente. As mulheres brasileiras não irão tolerar mais o machismo institucionalizado no governo Bolsonaro”, disse.
Para Sâmia, é urgente o afastamento de Guimarães da presidência da Caixa.“É inaceitável que um homem use do cargo para violentar mulheres! Queremos investigação, amparo às vítimas e imediato afastamento do cargo. Ser mulher no governo Bolsonaro é insuportável!”, afirmou.
Permanência de Guimarães aumenta desgaste na campanha de Bolsonaro
Em nota ao jornal Metrópoles, a Caixa disse desconhecer as denúncias feitas pelas funcionárias e “esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio”.“O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça”, informa a instituição, no texto.
No Palácio do Planalto diz-se que, se comprovadas as denúncias, Guimarães deve deixar o cargo. Porém, sua permanência poderia ampliar o desgaste na já diminuta reputação do governo – que busca se manter no poder mediante profunda crise econômica e aumento da fome – e enfrenta um segundo escândalo em menos de 10 dias. Em 22 de junho, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e outras quatro pessoas foram presas sob acusação de corrupção no uso de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).