Entrevista com Mônica Baltodano, comandante histórica da Revolução Nicaraguense
Entrevista com Mônica Baltodano, a comandante histórica da Revolução Nicaraguense atualmente perseguida pela ditadura da família Ortega e exilada na Costa Rica.
Bruno Magalhães e Antônio Neto entrevistam Mônica Baltodano, a comandante histórica da Revolução Nicaraguense atualmente perseguida pela ditadura da família Ortega e exilada na Costa Rica, com exclusividade para a Revista Movimento.
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Mónica Baltodano Marcenaro nasceu no ano de 1954 na cidade de Leon. Foi líder estudantil e aos 20 anos foi para a clandestinidade, juntando-se às fileiras do movimento sandinista na luta contra a ditadura de Anatásio Somoza. Foi presa e torturada nas prisões de Somoza. Após sua libertação, se tornou membro do Estado Maior da Frente Sandinista de Libertação Nacional e foi promovida ao status de Comandante Guerrilheira após a vitória da revolução em 1979. Apenas três mulheres receberam este posto, incluindo Dora Maria Telles, presa política do regime de Daniel Ortega.
Mônica foi Vereadora, Deputada Nacional, Vice-Ministra, líder da FSLN durante anos e recebeu inúmeras condecorações. Mônica foi afastada do centro de decisões da FSLN por divergir do rumo adotado por Daniel Ortega, seu caudilhismo, seus desvios burocráticos e sua aproximação com setores da direita e seu apoio ao CAFTA (Tratado de Livre Comércio com os EUA), até fundar, com outros camaradas, o Movimento de Resgate do Sandinismo (Movimiento de Rescato del Sandinismo) em 2005.
Entre outras razões, a repressão violenta das revoltas de 2018, Mônica tem sido voz crítica ao regime da família Ortega/Murillo, que ela descreve como uma ditadura.
Mónica, muito gentilmente, nos concedeu uma entrevista esclarecedora, sobre suas posições e sobre a trajetória autoritária de Daniel Ortega e Rosario Murillo a frente do governo da Frente Sandinista.