Passados nove dias de mobilização, os povos indígenas chegam a Quito. A CONAIE apresentou suas dez exigências sobre questões cruciais para a vida dos equatorianos. O governo respondeu com algumas medidas, sem tocar nas questões fundamentais, e desatou a repressão. A CONAIE exige que o diálogo não sirva para deter e desmobilizar o povo, mas para implementar políticas concretas.
Agora, a luta continua em Quito, apesar do cerco policial. O governo estende o decreto do estado de emergência e a escalada repressiva está aumentando: 52 feridos, 2 mortos, 84 presos. Enquanto isso, o apoio à greve cresce. A FUT e as organizações populares convocam uma mobilização geral amanhã, quarta-feira 22 de junho. As universidades, em um ato de humanidade elementar, abriram suas portas para receber os povos indígenas, ao mesmo tempo em que clamavam por diálogo.
É urgente buscar uma solução democrática para o conflito: revogar o estado de emergência, denunciar a brutalidade policial e as prisões arbitrárias, pedir às Forças Armadas e à polícia que não voltem suas armas contra seu povo, denunciar as agressões das forças da ordem contra a luta social em nível internacional.
Luta social
Cabe a nós que vivemos na cidade abrir nossas portas e nossos corações para acolher nossos irmãos e irmãs do campo e das províncias. É essencial que os principais movimentos sociais e ativistas que lutam nas ruas coordenem todo o apoio possível.
Devemos responder ao chamado da CONAIE para organizar uma Assembléia Popular Unitária. Exigimos que a FUT chame os setores populares urbanos para apoiar esta iniciativa. Exigimos a libertação imediata de TODOS os presos políticos, incluindo os Guevaristas que foram presos nos dias que antecederam a greve.
É hora de a unidade parar a agenda neoliberal e a tentativa de implementar um estado policial repressivo.
Quito, 21 de junho de 2022
Comisión de Vivencia Fe y Política. COVIFEP, Comuna, Movimiento Revolucionario de los Trabajadores. MRT e Montecristi Vive