Só a luta muda a vida: greve dos trabalhadores do transporte público da cidade de São Paulo
Na madrugada do dia 29/06, depois de 8 anos sem mobilização da categoria, os trabalhadores do transporte público da cidade de São Paulo decretaram greve.
Na madrugada do dia 29/06, depois de 8 anos sem mobilização da categoria, os trabalhadores do transporte público da cidade de São Paulo decretaram greve. Entre as reivindicações estão participação nos lucros (PLR), hora de almoço remunerada e fim dos descontos de atestados no Vale Refeição.
Desde o início de Maio/2022, quando a data-base começou a ser discutida, o sentimento entre a categoria é de indignação e revolta. Uma paralização foi realizada e os trabalhadores conquistaram 12,47% de reajuste e aumento de $3,49 no VR, mas isso não é suficiente. Os trabalhadores do transporte atuam em péssimas condições, em garagens e terminais sem banheiro adequado, sem refeitório ou mínima estrutura para que consigam se alimentar ou descansar depois de horas na condução de um ônibus. Foram esses trabalhadores que mantiveram a cidade funcionando durante a pandemia e só na capital mais de 200 perderam sua vida para a COVID. Por tudo isso, na última terça-feira entramos em greve!
No dia seguinte o tribunal de justiça julgou como ilegal nossa mobilização, com isso poderemos ter 2 dias de descontos na folha de pagamento, uma grande perda para os pais e mães de família que já sofrem a consequência de uma crise que achata cada vez mais os salários. Como se não bastasse enfrentarmos os interesses da patronal que só quer lucrar sobre o nosso trabalho, o sindicato que deveria defender os interesses da categoria está de costas para o trabalhador, são inúmeras denúncias de corrupção que já foram divulgadas pela grande mídia, uma injustiça sem tamanho frente a uma categoria tão massacrada pelo cotidiano da vida atrás do volante e das catracas.
Justamente por essas denúncias e por ser pelega a atual gestão do sindicato está nas cordas, o que abre espaço para que se organize pela base um levante de trabalhadores dispostos a transformar o sindicato em ferramenta de luta ou grupos oportunistas que reproduzem a lógica da gestão de agora, e por relação com a patronal podem ganhar destaque.
Assim, nossa categoria só tem uma saída, seguir organizando nas garagens a indignação dos trabalhadores e canalizando essa revolta para a luta política por nossos direitos e por condições dignas de trabalho para os condutores, cobradores e funcionários da manutenção. Essa é a tarefa da oposição radical dos condutores.
NEM UM PASSO ATRÁS!