Militante socialista ucraniano percorre o Brasil em jornada de solidariedade
O companheiro Zakhar Popovych, militante da organização socialista ucraniana Sotsialnyi Rukh, esteve no Brasil a convite do MES/PSOL
Uma jornada em solidariedade à resistência do povo ucraniano contra a agressão de Putin percorreu o país na última semana de julho. O companheiro Zakhar Popovych, militante da organização socialista ucraniana Sotsialnyi Rukh (Movimento Social) esteve no Brasil à convite do Movimento Esquerda Socialista (MES/PSOL) e visitou os estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná em uma série de atividades informando sobre a situação atual na Ucrânia e divulgando mecanismos de promover a solidariedade concreta com este povo que resiste heroicamente à agressão imperialista russa.
O Sotsialnyi Rukh é hoje a principal organização da esquerda revolucionária ucraniana, formado em 2015 por militantes socialistas participantes do levante popular da Praça Maidan e que reúne jovens, acadêmicos e sindicalistas em uma organização ampla e combativa com militantes atuando na resistência armada à invasão e nas redes de solidariedade aos refugiados de guerra. Enfrentando ao mesmo tempo a agressão imperialista russa e as frações ucranianas de direita, a organização decidiu recentemente solicitar ingresso como observadores na IV Internacional.
A jornada pelo Brasil
No Rio Grande do Sul, a primeira atividade de Zakhar foi em Porto Alegre, na Convenção Estadual do PSOL, onde saudou o conjunto da militância partidária. Além disso, se encontrou com dirigentes sindicais dos trabalhadores da saúde e de metroviários, onde compartilhou experiências do sindicalismo independente ucraniano e deu os primeiros passos para um contato direto entre as organizações de trabalhadores destas categorias no Brasil e na Ucrânia. Além disso, participou de evento público na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, à convite da deputada estadual Luciana Genro, onde expôs detalhadamente a situação ucraniana atual para dezenas de ativistas presentes, tendo entre eles a deputada federal Fernanda Melchionna e o vereador de Porto Alegre Roberto Robaina.
No Rio de Janeiro, o dirigente ucraniano esteve em reunião com militantes internacionalistas no SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro), onde novamente aprofundou os temas relacionados à guerra e respondeu perguntas dos presentes. Zakhar também visitou a sede do PSOL São Gonçalo, à convite do vereador Professor Josemar, onde foi recebido com um café da manhã e conversou com ativistas da cidade sobre seu país natal, além de ouvir sobre a realidade da cidade periférica fluminense e a questão racial no Brasil.
Em São Paulo, uma grande atividade pública realizada no Teatro Satyros foi convocada pela vereadora Luana Alves e contou com a presença da deputada federal Sâmia Bomfim e da deputada estadual Mônica Seixas. O debate teve também contribuições da professora da UFSCAR Svetlana Ruseishvili, georgiana que cresceu na Ucrânia e também estudou na Rússia, e de Bruno Magalhães, editor da Revista Movimento. Estiveram presentes também o companheiro Fábio Bosco, representando o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e a companheira Verónica O´Kelly, da Alternativa Socialista – PSOL. Na cidade de Campinas, segunda maior do estado, Zakhar participou de atividade pública organizada pela vereadora Mariana Conti.
O último trecho da viagem foi na cidade de Curitiba, estado do Paraná, onde o companheiro esteve acompanhado da vereadora Bruna Chamas (São Caetano/SP) e participou das comemorações de 100 anos da Sociedade Ucraniana do Brasil realizada com membros das comunidades ucranianas brasileira, argentina, paraguaia e canadense, em uma demonstração da força da resistência das comunidades ucranianas no exterior contra a agressão russa. Na cidade, Zakhar encontrou-se com o companheiro Vitorio Sorotiuk, líder da comunidade ucraniana no Brasil e histórico militante socialista que foi perseguido pela ditadura militar no país. Exilado no Chile e perseguido novamente pela ditadura de Pinochet, tendo sido um dos presos no infame centro de torturas no Estádio Nacional de Santiago, hoje Vitorio organiza a solidariedade latinoamericana contra a agressão russa.
Ao longo da intensa viagem, o companheiro Zakhar encontrou-se diversas vezes com dirigentes sindicais da TLS (Trabalhadores na Luta Socialista), do movimento de juventude Juntos!, da Rede Emancipa de Educação Popular, do coletivo feminista Juntas!, entre outras organizações sociais que prestaram solidariedade ativa ao povo ucraniano desde o início da invasão de Putin. Como primeiro ucraniano realizando uma viagem deste tipo ao Brasil, Zakhar colaborou enormemente com seus relatos e explicações sobre este conflito tão distante de nosso país, mas ao mesmo tempo tão importante pelo que significa perante o sistema imperialista atual.
Nossa luta continua!
Esta jornada não termina aqui. Nossa solidariedade ao povo ucraniano continuará enquanto continuar a agressão imperialista e, nesse momento, ela se concretiza em duas importantes campanhas. A primeira é a campanha pelo cancelamento da dívida externa ucraniana, que levaremos adiante no Brasil em parceria com o CADTM (Comitê pela Abolição das Dívidas Ilegítimas), e a segunda é a campanha pela revogação das novas leis trabalhistas aprovadas pelo governo Zelensky, que aproveita o estado de guerra para desregulamentar a legislação trabalhista do país e retirar direitos dos trabalhadores ucranianos. Convocamos todos e todas para contribuir com o abaixo-assinado internacional em: https://chng.it/K4GQVybVrP
Todo apoio à resistência ucraniana!