A misoginia de Bolsonaro cobra seu preço

A misoginia de Bolsonaro cobra seu preço

Pesquisa Quaest indica que Lula tem 45% das intenções de voto entre as mulheres, já Bolsonaro, 29%.

Tatiana Py Dutra 15 set 2022, 17:59

O recente episódio da agressão do deputado bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães após o debate de candidatos ao governo de São Paulo na TV Cultura é mais um reflexo do discurso misógino do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro.

O chefe do Executivo tem histórico de violência de gênero e agressões verbais contra mulheres brasileiras – sejam jornalistas, parlamentares, populares e às próprias ex-esposas. Estimulado por esse comportamento, na semana passada, o ministro-chefe de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, compartilhou em seu Whatsapp ataques misóginos a mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT) e do PCdoB/RJ.

Daí, advém a cadeia do mau exemplo que “autorizou” um pecuarista do interior de São Paulo a negar alimentos para a diarista Ilza Ramos Rodrigues, após ela declarar voto em Lula. Não contente, ele publicou um vídeo em que humilha a mulher em suas redes sociais.

O empresário rural, bem como seu candidato, colhem hoje os frutos de seu desprezo: Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira indica que Lula tem 45% das intenções de voto entre as mulheres, já Bolsonaro, 29%. A campanha bolsonarista busca, sem sucesso, reverter a má-imagem que o ex-capitão construiu com mãos e palavras, e que pode lhe custar a vaga no Palácio do Planalto.

Sua atual esposa, Michelle Bolsonaro, tem sido usada como testa de ferro para apresentá-lo como bom marido e pai, e um político que promove ações que favorecem as chefes de família, Porém, o destempero incontrolável do marido exibe o caráter de um homem que exige submissão das mulheres.

“Mesmo com as peças publicitárias cínicas envolvendo Micheque [Michelle Bolsonaro], as brasileiras sabem do machismo violento que move o bolsonarismo!”, comenta a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Outras implicações

Em mais uma ação recente voltada para o eleitorado feminino, Jair Bolsonaro (PL) negou ser misógino na “sabatina” promovida pelo programa do Ratinho, no SBT, na terça-feira (13/9). Afirmou  que seu governo foi o que “mais prendeu machões pelo Brasil”, em referência à violência contra as mulheres.

Foi o mesmo presidente que, em 2021, vetou trecho de uma lei que distribuiria absorventes de forma gratuita para mulheres e meninas em vulnerabilidade social; que disse que não estupraria uma parlamentar da oposição por que era “feia”; que foi condenado a indenizar jornalistas a quem ofendeu de forma sexista e que estimulou o turismo e a homofobia ao afirmar que o Brasil não poderia ser um país de turismo gay, mas que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher fique à vontade”. As mulheres não esquecem.

“Não podemos deixar que esses vermes continuem nos agredindo diariamente. O bolsonarismo precisa ser derrotado e o fascismo esmagado!”, comenta a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA).


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