Lula 13: um último esforço para derrotar Bolsonaro na eleição
Uma vitória de Lula será o ponto final de uma batalha eleitoral e o ponto de partida de uma longa luta. Domingo é 13!
A temperatura subiu na última semana de campanha com a desastrada operação de Roberto Jefferson no domingo, buscando “resistir à prisão”, tendo como resultado real um verdadeiro curto-circuito nas redes e nas hostes do bolsonarismo. O que se vê nas ruas e nas pesquisas, por mais imprecisas que sejam, é que a polarização segue e o resultado será apertado, mas a tropa bolsonarista passa por dificuldades e Lula consolida a dianteira.
A cartada de jogar mais desconfiança sobre o pleito tampouco surtiu o efeito esperado: após uma frágil denúncia de Fábio Faria apontar que algumas rádios teriam veiculado menos inserções da campanha do PL do que o previsto, uma ala do bolsonarismo tentou implantar a bandeira do adiamento do segundo turno, coisa que sequer Bolsonaro conseguiu sustentar numa coletiva de imprensa em que, isolado, vociferou sobre a nova invenção ao lado de Augusto Heleno. Diante da tensão da reta final, mesmo com as improvisações de um bolsonarismo despreparado, o fundamental é, como no título de um livro de Vladimir Safatle, fazer só mais um esforço para mobilizar, virar votos, evitar a abstenção e garantir assim a vitória de Lula no próximo domingo.
A granada saiu pela culatra
Antes do meio-dia do último domingo, Roberto Jefferson – segundo as primeiras investigações, de forma premeditada – organizou um atentado contra os agentes da PF que cumpririam mandado de prisão em sua casa em Levy Gasparian (RJ). Após ofensas repugnantes contra Cármen Lúcia, que obviamente levariam à revogação de sua prisão domiciliar, Jefferson recebeu com 50 tiros de fuzis e três granadas a PF, divulgando imediatamente em redes sociais seu ato de “resistência” e conclamando o bolsonarismo a insurgir-se. Com o impasse estabelecido, Bolsonaro enviou o ministro da Justiça, que depois recebeu ordens para ficar no aeroporto de Juiz de Fora quando a campanha percebeu o enorme desgaste e recuou rapidamente. Bolsonaro, então, passou a chamar o aliado de “bandido”.
Ainda assim, alguns apoiadores reuniram-se em frente à casa e agrediram a imprensa. O patético padre Kelmon também apareceu, desnudando uma vez mais a farsa bolsonarista. A operação terminou fracassada. Por um lado, obviamente, foi uma provocação para testar os “limites” para a ação física da ala mais extremada do bolsonarismo; por outro, a ação dividiu e desorganizou a extrema-direita, gerando confusão justamente nos últimos dias de campanha.
Bolsonaro também precisou lidar com os efeitos da linha da campanha de Lula, que corretamente passou a insistir mais nas pautas econômicas e na “vida real”. A denúncia pesada do plano Guedes para o salário mínimo e para as aposentadorias é um dos centros de agitação que está dando resultados, colocando os governistas na defensiva e dialogando de forma ampla com o povo.
Derrotar e neutralizar o jogo sujo
Como resultado do desespero, devemos estar atentos para todo tipo de golpe da máfia bolsonarista. Os mesmos que operaram a destruição do Brasil, a devastação da Amazônia e entraram para a história como responsáveis pelo genocídio de 700 mil pessoas durante a pandemia certamente vão utilizar os últimos dias para tumultuar a eleição.
Por um lado, está em curso uma ação patronal dos setores mais retrógrados da burguesia, promovendo assédio nos locais de trabalho em todo o país. O Ministério Público do Trabalho tem atuado, mas as denúncias multiplicam-se contra o que parece ser uma operação orquestrada nacionalmente. É preciso intensificar as denúncias para preservar o direito de escolha dos trabalhadores e denunciar o assédio patronal antipovo, que mostra a essência do projeto de Bolsonaro: privilégios para poucos, repressão e controle político sobre quem trabalha.
Houve, por outro lado, uma vitória importante dos setores da oposição em diversas cidades e capitais com a conquista da gratuidade do transporte para que se garanta o direito ao voto, mostrando que a ampla maioria social vai se fazer representar nas urnas. Por isso, as atividades “vira-voto” precisam seguir até o último momento, organizando amigos, vizinhos, colegas e grupos de whatsapp. No domingo, será preciso fiscalizar as seções eleitorais e evitar os tumultos armados para colocar suspeição sobre as urnas e impedir ameaças contra eleitores identificados com Lula e com a esquerda.
Lutar e vencer no domingo: é 13!
Essa fase da batalha está chegando perto do fim. A militância do PSOL e do MES esteve na linha de frente, junto aos setores organizados e desorganizados do povo brasileiro, para colocar um ponto final no governo do genocida. Uma vitória de Lula nesse domingo está ao alcance das nossas mãos, o que significará uma das maiores expressões de força popular nos últimos anos, além de um freio, no terreno eleitoral, à extrema-direita, por meio de um gesto de confiança da classe trabalhadora e da juventude nas suas próprias forças. Ao mesmo tempo, a derrota de Bolsonaro será uma derrota para a extrema-direita no mundo todo: um recado para Trump, para os golpistas da Bolívia e para os revisionistas da ditadura militar que querem voltar a levantar a cabeça na Argentina.
Uma vitória de Lula será o ponto final de uma batalha eleitoral e o ponto de partida de uma longa luta para evitar qualquer teatro ou aventura golpista, colocar Bolsonaro e os seus nos bancos dos réus, organizar uma agenda de defesa dos interesses do povo e para colocar a extrema-direita e os novos “galinhas verdes” brasileiros na defensiva. Faremos por meio da construção de um polo independente e anticapitalista, com nossas tribunas e tribunos do povo e nossa militância, sob a bandeira da IV Internacional e das lutas dos povos do mundo.