Câmara aprova reajuste de 18% para ministros do Supremo Tribunal Federal
Aumento dos vencimentos de ministros ainda precisa de aprovação do Senado
Caberá ao Senado Federal conceder a parlamentares federais e ministros um Natal mais gordinho. A Casa tem a incumbência de aprovar não apenas o reajuste de seus próprios subsídios, como também dos reajustes nos vencimentos de deputados federais e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um aumento de 18% para os ministros da mais alta Corte do país. O reajuste será cumprido em três anos, sendo que passará dos R$ 39.293,32 atuais para R$ 46.366,19 em fevereiro de 2025.
O subsídio dos ministros do Supremo é parâmetro para o teto para o pagamento de remunerações no serviço público federal. O impacto orçamentário do aumento dos ministros será de R$ 910.317,00 em 2023.
.A aprovação do incremento nos ganhos dos ministros ocorre um dia depois de a Câmara ter aprovado, em votação simbólica, um reajuste para a própria “categoria” – e que beneficia também senadores, ministros de Estado, o presidente e o vice-presidente da República. O aumento, também escalonado, será em 28%: a partir de 1º de janeiro, parlamentares
ganharão o que hoje ganham os ministros do STF, R$ 39.293,32. Em fevereiro de 2025, o valor passa para R$ 46.366,19.
À Folha de S. Paulo, o economista Gil Castello Branco, presidente da Associação Contas Abertas, classificou o aumento como “injusto, inoportuno e descabido”.
“O país está se endividando para pagar benefícios sociais e, ao mesmo tempo, concedendo um aumento salarial para servidores públicos. Esse aumento está sendo dado por todos nós brasileiros, mesmo aqueles que estão passando por extrema dificuldade, para aqueles que já ganham os maiores salários no serviço público federal”, diz.
Em sua participação no Painel CNN nesta quarta-feira, a deputada federal Fernanda Melchionna questionou o apetite de seus pares para conceder reajustes tão altos a si próprios, enquanto muitos resistem em conceder aumento real do salário mínimo.
“O aumento do salário mínimo parece uma heresia para o mercado, para os neoliberais e até para o Centrão, que usa esse debate para chantagear o novo governo.
Agora, quando é para [reajustar] os políticos é rapidinho, [o reajuste] não passa nem por comissões, é votação simbólica. Política não é carreira, não é profissão. Eu sou bibliotecária, estou deputada federal eleita pelo povo do RS, obviamente defendendo essas causas as quais me comprometi. Historicamente o PSOL batalha contra esses privilégios”, comentou.