A maior manifestação de professores em Portugal
Mais de 150 mil pessoas encheram as ruas de Lisboa em luta pela defesa da Escola Pública e por dignidade e respeito pela carreira docente.
Via Esquerda.Net
“Hoje estamos a apontar, sem medo de errar, para dizer que nas ruas, [entre] professores, as famílias e gente solidária, esta manifestação teve mais de 150.000 a descer a Avenida [da Liberdade]”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no discurso de encerramento da manifestação nacional, no Terreiro do Paço.
Mário Nogueira referiu que esta foi “provavelmente” a “maior manifestação de sempre de professores e educadores em Portugal”.
O dirigente sindical garantiu que está em cima da mesa um pacote de novas formas de luta. Tudo dependerá dos resultados da nova ronda de negociações desta semana no Ministério da Educação, a 15 e 17 de fevereiro. Mário Nogueira avançou com a possibilidade de uma grande manifestação nacional, desdobrada em duas, em dois dias de greves em todo o país, a realizarem-se a 2 e 3 de março. O secretário-geral da Fenprof apelou ainda à mobilização para uma “semana de luto e de luta”, exortando os professores a colocarem faixas negras em todas as escolas.
O Marquês de Pombal foi o ponto de encontro dos docentes, que se deslocaram de inúmeros pontos de país, e com recurso a diferentes meios de transporte. Duas horas antes do início da manifestação dos professores, convocada pela Fenprof, pela Federação Nacional da Educação (FNE) e por outros sete sindicatos independentes, já se começavam a concentrar no local várias pessoas. A recuperação do tempo de serviço, o fim das quotas e vagas de acesso ao 5º e 7º escalões, melhores condições de trabalho são algumas das reivindicações principais, mas não se esgotam por aqui. Não faltaram os cravos vermelhos, as palavras de ordem que exigem “Respeito” e “Decência para a Docência”. Munidos de cartazes e faixas, em alguns casos com a identificação do estabelecimento de ensino de que provêm, os professores deixaram claro que não vão desistir, e que continuarão a lutar em defesa da Escola Pública e por dignidade e respeito pela carreira docente.
Para alguns dos manifestantes, esta foi uma estreia. A situação chegou a um ponto limite, e não há mais como ser “paciente” e como permanecer inerte face aos ataques de que têm vindo a ser alvo, explicaram.