Contra a prisão ilegal de Leandro Dias e dos militantes da FNL
Sem decisão judicial, polícia desmonta ocupação de famílias no Paraná.
A Polícia militar retirou as dezenas de famílias que ocuparam uma área abandonada, na região norte de Ponta Grossa, com uso de bombas e gás lacrimogêneo, na tarde do sábado de carnaval, 18/02/2023. Ao final da operação, 13 integrantes da Frente Nacional de Luta (FNL) foram levados a 13ª Divisão Policial de PG.
A área ocupada era de propriedade da Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar), que foi desmontada pela Prefeitura de Ponta Grossa, em 2022. Durante o período eleitoral de 2018, a então administração local anunciou a construção de um condomínio residencial (Jardim Boreal II) em parceria com a Prolar, Caixa Econômica, Cohapar e Ethos Engenharia para atender 260 famílias pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, em um investimento de R$ 26 milhões.
Apesar da promessa, o projeto nunca saiu do papel e a área continuou abandonada por cerca de 10 anos. Em 17/02, após a ocupação pela FNL, a Prefeitura de PG alega que vendeu o terreno para uma construtora e a Polícia teria atendido o pedido da proprietária privada, mesmo sem decisão judicial para reintegração de posse. O município de Ponta Grossa registra um dos maiores déficits de moradia do Estado, estimado em 20 mil unidades, de acordo com informação da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) em 2021.
Por isso, conclamamos toda solidariedade a Leandro Dias e aos demais presos políticos da FNL e fazemos um chamado as organizações políticas, movimentos sociais, sindicatos e entidades para se somarem na defesa da liberdade imediata dos presos políticos da FNL.