Protesto em São Paulo marca um ano de guerra na Ucrânia
Imigrantes e simpatizantes da causa ucraniana fizeram ato em frente ao Consulado da Rússia
Em protesto à ocupação militar da Rússia na Ucrânia, que completa um ano nesta sexta-feira (24), um grupo de imigrantes russos, ucranianos, lituanos e outras etnias do leste europeu participaram de uma manifestação em frente ao Consulado Geral da Rússia, em São Paulo.
Portando bandeiras e cartazes com as cores da Ucrânia, os manifestantes defenderam a resistência da nação invadida e gritaram palavras de ordem contra o presidente perpétuo da Rússia.
O ato foi organizado pelo CSP-Conlutas e pela comunidade ucraniana contou com a presença de representantes do PSTU e do PSOL, por meio da corrente Movimento Esquerda Socialista (MES). O secretário-geral do PSOL, Israel Dutra, conversou com os imigrantes e prestou solidariedade à Ucrânia.
“Hoje existe uma heróica resistência ucraniana formada em sua ampla maioria por trabalhadoras e trabalhadores. São a eles e aos ucranianos do mundo afora que se deve tributo a essa resistência histórica, como em outros momentos povos oprimidos construíram e venceram o opressor. Putin ameaça com ameaças cada vez mais graves à civilização como o uso de novas tecnologias nucleares. O papel dos democratas, dos internacionalistas e dos socialistas de todo o mundo é impulsionar a solidariedade e a resistência ucraniana, e a oposição ao governo autocrático de Putin”, afirma Israel.
Saldo impreciso
Escoltado por inúmeros pretextos – como a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, o avanço da extrema direita na política ucraniana ou a expansão da Otan para o leste da Europa – Vladimir Putin fez pronunciamento à nação, há um ano. Anunciou uma “operação militar especial” no Donbass. Antes do amanhecer, a Ucrânia estava sob bombardeio. Foi o primeiro passo para um conflito que líderes ocidentais previam ser rápido.
A expectativa não se confirmou, e o conflito fez milhares de mortes. O número exato de vítimas entre os militares não é informado pelos governos, mas o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), até 13 de fevereiro deste ano, 7.199 mortes de civis haviam sido registradas na Ucrânia, além de 11.756 feridos. A Agência para Refugiados da ONU (Acnur) ainda registrou o êxodo de cerca de 7,7 milhões de ucranianos para vários países da Europa. Segundo a organização, foi “o deslocamento populacional forçado mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial”.