A liderança da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados deve ser mais combativa e independente
A atuação da bancada do PSOL em Brasília exige independência perante o governo
Foto: Reprodução / PSOL
O PSOL deve defender o governo contra todo e qualquer ataque da extrema direita e deve valorizar as medidas que favoreçam o povo pobre e trabalhador. Cada medida que seja favorável ao povo deve ser assim reconhecida e dado os devidos créditos. O que o governo fizer a favor do povo não pode ser tirado por ninguém.
Mas o partido deve ser de esquerda e deve ter suas bandeiras bem firmes. Seus líderes devem ser altivos e não podem perder o sentido das proporções. Não podem vender como vitórias gigantescas o que é o cumprimento muito básico de uma necessidade muito sentida. Se faz isso, o partido perde crédito. Na linguagem popular começa a ser visto como “puxa- saco” , uma expressão vulgar mas que deixa evidente quando o povo identifica uma posição subalterna.
Vejamos, por exemplo, o caso do aumento do salário mínimo anunciado pelo presidente Lula. É muito importante que o país comece a ter uma política que não se limite a repor a inflação. Mas o reajuste de 18 reais acima do que Bolsonaro teria definido está muito aquém do necessário. Não se pode afirmar que tal reajuste seja uma vitória digna de nota. Apesar disso, Guilherme Boulos, o atual líder do partido na Câmara dos Deputados, comemora como se fosse um feito extraordinário. Menos, por favor, bem menos.
O Brasil necessita de uma política mais agressiva de aumento do salário mínimo. É isso que o PSOL deve defender. Essa deve ser nossa bandeira. Da mesma forma, o partido deve dizer com clareza que o ajuste fiscal previsto na regra da equipe econômica não é correto e precisa ser rejeitado. Felizmente, a maioria da bancada de deputados do PSol já tem essa compreensão. As elaborações do economista David Deccache, assessor econômico do PSOL , mostram bem que o país necessita de investimentos públicos, não de ajuste e austeridade. É assim que devemos combater a extrema direita e avançar na construção de uma alternativa ao domínio burguês no Brasil.