Diante dos impasses no andar de cima, a saída está nas ruas
Por que devemos apoiar a greve dos educadores do Rio de Janeiro?
Há dois eixos de luta no país, que pautam a agenda “social”: por um lado, a questão ambiental, do campo e da floresta brasileira, cuja contradição principal se dá entre a devastação a serviço dos barões do agro (e seus representantes políticos) e os que lutam, tomando ruas e estradas, em defesa dos povos indígenas, do MST e do meio ambiente, como a deputada Sâmia Bomfim na CPI; por outro lado, a defesa da educação, que se expressou na luta contra o NEM, nas greves em curso nos estados, na reorganização dos sindicatos e na campanha de redes para tirar o Fundeb do “arcabouço”.
O pacote contrário ao meio ambiente foi completo: a aprovação do relatório de Isnaldo Bulhões (MDB-AL) relativo à MP 1154, esvaziando os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas; a aprovação do PL 490, que estabelece o novo “marco temporal” indígena; e a aprovação pela câmara da MP 1150/22 que abre caminho para o desmatamento da Amazônia. A votação nesta terça-feira (30) será um divisor de águas. As manifestações que os povos indígenas estão protagonizando e a greve dos educadores do Rio são exemplos.
O exemplo que vem por baixo
É preciso derrotar o bolsonarismo como tarefa prioritária. A luta contra o marco temporal e o PL 490 é parte desse esforço. O governo tenta equilibrar tensões, pela pressão que existe dos setores críticos da sociedade, mas, como visto na votação do “arcabouço”, opta por manter os interesses do mercado e do capital rentista em primeiro lugar, vacilando na defesa das pautas ambientais e dos povos originários.
A greve dos educadores do Rio, deflagrada no último dia 17, marca a situação no estado e está acompanhada por uma forte greve do magistério no Amazonas, na esteira da luta pelo pagamento do piso, contra o NEM e contra a violência nas escolas. O Sindicato dos Professores do Rio (SEPE) realizou seu congresso em meio à batalha, um congresso “a quente”, com um importante ânimo na vanguarda lutadora, e destaque para a delegação do MES/TLS liderada por Danilo Serafim.
Solidariedade à greve dos educadores do Rio de Janeiro
A greve do Rio é a mais forte por agora, de um setor estratégico que deve cumprir um papel protagonista: a educação. Recordemos o que foi o “tsunami da educação” o canal que destravou a ação de massas para lutar contra Bolsonaro.
É hora de uma campanha unificada em solidariedade à greve dos profissionais da educação do Rio de Janeiro. É preciso fazer chegar longe seu exemplo e o apoio à greve, como a moção recentemente votada no congresso do CPERS, além das demonstrações de solidariedade dos parlamentares.