Lutar não é crime: seguiremos combatendo a extrema direita sem anistia!
Wilson Dias/ABr

Lutar não é crime: seguiremos combatendo a extrema direita sem anistia!

Seguiremos defendendo os lutadores e enfrentando a extrema direita: sem anistia!

Israel Dutra e Thiago Aguiar 30 jun 2023, 17:55

As sessões da CPI do MST ilustram a fúria que um setor dos deputados da direita conservam contra o povo e o movimento social organizado. A agressividade discursiva no parlamento, à luz das câmeras, encontra uma correspondência com o cerco armado que o latifúndio faz no campo brasileiro. A extrema-direita busca recuperar terreno promovendo a perseguição ao movimento social quando Bolsonaro acaba de ser julgado inelegível pelo TSE. Seu objetivo é postular-se eleitoralmente, antecipando o debate sobre 2024 e criminalizando o conjunto de movimentos sociais, escalando o embate.

O governo tem dado uma resposta tímida. O anúncio de um Plano Safra recorde foi um gesto para o agronegócio e para os grandes proprietários de terra, reconhecido inclusive por deputados da extrema-direita como um “fruto” de sua pressão na CPI. A polarização com esse setor do agrobolsonarismo vai seguir. Nossa localização independente nos dá autoridade para enfrentar sem “rabo preso” a extrema-direita e fazer as críticas ao governo.

Solidariedade aos que lutam

Há um ataque orquestrado na CPI do MST, contra o maior movimento de luta pela reforma agrária do Brasil e contra outros agrupamentos que lutam pela terra.
No entanto, outras vias de ataques unem a burguesia brasileira, na definição em favor do modelo de “desenvolvimento” com centro no agro e no ajuste.

Como se demonstrou no ataque do STF ao direito de greve na luta dos educadores do Rio de Janeiro e, antes disso, na posição de Gilmar Mendes contra o piso da saúde, há um ataque mais global, que envolve o Judiciário, os parlamentos e os governos para impor derrotas à classe. Neste ponto, também o governo federal tem se inclinado claramente a ser parte dessa unidade, seja por ação ou por omissão –não questionando as reformas da previdência e trabalhista, como chegou a sinalizar em campanha, e mesmo adotando a defesa de PPPs.

Está em curso uma disputa mais geral de projetos: a defesa dos que lutam é um ponto de partida para buscar mais força na defesa dos interesses gerais da classe trabalhadora. No dia 8 de julho, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) está convocando um ato em solidariedade ao MST e às deputadas combativas. Isso é parte da frente única contra a tentativa de desmoralização que o agro quer fazer a partir da CPI.

Solidariedade às deputadas combativas

É no contexto dos ataques do agrobolsonarismo que volta à cena a pressão pela aprovação do “marco temporal”, a reacionária tese que impede os povos originários de reivindicar terras que lhes foram arrancadas historicamente. Na aprovação a toque de caixa pela Câmara, Arthur Lira revelou mais uma vez seu destempero e autoritarismo.

Seis deputadas federais que protestaram contra esse ataque aos povos indígenas – Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Célia Xakriabá (PSOL-MG) – foram alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética, aceito em tempo recorde por meio de chicanas. Trata-se de uma ameaça a parlamentares que não se intimidam e tem enfrentado as ameaças da extrema-direita.

Por tudo isso, o ato já mencionado, convocado pelo mandato de Sâmia Bomfim, tem uma enorme importância para marcar a solidariedade aos que lutam e defendem os direitos do povo trabalhador. Também para que as lutas em curso, como a dos trabalhadores da saúde, possam triunfar, é importante a vanguarda militante vincular-se a uma grande campanha para que lutar não seja crime, enfrentando também as medidas autoritárias em relação aos parlamentares da esquerda.

No momento em que Bolsonaro começa a responder por seu golpismo e por seus crimes, com a declaração de inelegibilidade pelo TSE, não recuaremos! Seguiremos enfrentando a extrema direita em todas as frentes: sem anistia!


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi