Lei Vini Jr – com racismo não tem jogo!
Sancionada no Rio de Janeiro a Lei Vini Jr, que visa combater o racismo nos estádios e arenas esportivas do estado
Vinícius Júnior é cria da periferia de São Gonçalo e alcançou notoriedade pública ao se tornar um dos jogadores de futebol mais conhecidos do país e do mundo, jogando pelo Flamengo, pela Seleção Brasileira e pelo Real Madrid, onde inclusive fez o gol de título da UEFA Champions League. A luta do atleta contra o racismo que sofreu repetidas vezes tornou-se um marco internacional e gerou uma pressão tão grande que a própria FIFA teve que tomar providências, fazendo do jovem atleta, de apenas 22 anos, o Líder do Comitê Especial Antirracista da entidade.
É importante dizer que esta luta está em consonância com uma onda antirracista internacional que, ainda que venha de longa data e tenha diversos exemplos na história, teve como nova etapa o triste episódio do assassinato de George Floyd e a partir daí retomou as ruas.
No Brasil, a violência do racismo é cotidiana e estrutural. Por isso, a Lei é um passo importante para a criação de uma cultura na qual o racismo não possa ser naturalizado. A ideia da Lei que leva o nome de “Lei Vini Jr” surgiu após a partida na Espanha, entre os times Valencia e Real Madrid. É inadmissível que a partida tenha continuado sem que os agressores racistas fossem punidos, sem que houvesse uma ação concreta por parte das autoridades e que ainda terminou com a injusta expulsão do jogador brasileiro.
Nesse sentido, tendo como centralidade a pauta racial, o Mandato do Prof Josemar propôs através da “Lei Vini Jr” diversas ações concretas que devem acontecer antes, durante e depois dos jogos, criando um “Protocolo de Combate ao Racismo” que prevê desde a interrupção da partida até a possibilidade do encerramento da atividade esportiva.
A radicalidade da luta contra o racismo fez com que, no momento seguinte em que foi apresentado o Projeto de Lei na ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro), diversos outros parlamentares de outros Estados e Municípios seguissem o exemplo. Isso reflete a necessidade de fazer da luta contra o racismo não algo à parte ou pertencente somente ao discurso, mas algo essencial e central nas nossas práticas.
Continuaremos na luta enfrentando os racistas e fazendo do parlamento e das ruas uma trincheira na luta por outra sociedade.