Eduardo Leite retira insalubridade de servidores que ganham o menor salário
Funcionários da alimentação e da limpeza da rede estadual tiveram direito a adicional reconhecido em 2021, mas não receberam
Foto: Ascom Luciana Genro
Servidores da alimentação e limpeza de escolas estaduais começaram a “receber” o adicional de insalubridade em julho deste ano, após o direito ser reconhecido pela Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão em setembro de 2021. No entanto, na prática, não receberam sequer R$ 1,00 a mais. Na última quinta-feira (03), os servidores realizaram um ato em frente ao Palácio Piratini, para cobrar do governador o pagamento completo, que é seu direito. A deputada Luciana Genro (PSOL) esteve na mobilização para apoiar os trabalhadores. Eles também tentaram agendar uma reunião com o governo, que se recusou a recebê-los.
O que acontece é que o governo do Estado descontou o valor pago do completivo dos trabalhadores, sendo assim, alguns funcionários receberam a insalubridade retroativa chegando ao valor de R$ 2.644 e tiveram descontado, do completivo, esse mesmo valor. Os servidores recebem um salário inferior ao salário mínimo e, por isso, ganham um completivo para chegar aos R$ 1.570.
O valor da insalubridade é pago para que os trabalhadores possam cuidar da sua saúde, por lidarem com elementos que os colocam em risco, o que é um direito, como disse a servidora do Estado, Nelci Kppllepto.
“Se é um direito trabalhista, então já tinha que começar recebendo insalubridade, é direito de todos”, comentou.
A deputada estadual Luciana Genro esteve presente no ato, conversou com diversos trabalhadores e ressaltou que a questão do completivo sequer deveria existir.
“Vocês não ganham nem o piso, nem o mínimo. E quando vocês ganham a insalubridade, eles ainda descontam do completivo. Isso é um absurdo, vocês tinham que ganhar o salário, e não completivo, para início de conversa”, opinou a parlamentar.
Muitos dos servidores estão relatando dificuldades financeiras e estavam ansiosos pelo recebimento desta gratificação. Neiva Lazzarotto, diretora do 39º Núcleo do Cpers, reforçou durante o ato o absurdo da situação:
“Essa é a realidade de grande parte dos servidores. Nós não aceitamos mais que alguns poucos recebam tanto enquanto a maioria dos servidores está passando dificuldade”, disse. Ela também ressaltou que se a situação não se reverter, outros atos serão realizados até que o governo tome alguma medida.