Luana Alves sofre ameaça de estupro corretivo
Vereadora do PSOL denunciou caso na Delegacia de Crimes Cibernéticos de São Paulo
Foto: Ascom Luana Alves
A Delegacia de Crimes Cibernéticos de São Paulo abriu inquérito para apurar uma ameaça de estupro corretivo remetida contra a vereadora Luana Alves (PSOL). A denúncia foi levada às autoridades na última terça-feira (12).
Conforme a parlamentar, a ameaça chegou em seu e-mail institucional no último domingo (10). A mensagem, que tinha tinha como título “O estupro cura lésbicas (e bissexuais) e eu posso provar”, estava assinada por Astolfo Bozzônio Rodriguez.
“A ameaça dizia que o lesbianismo seria uma doença e que o estupro coletivo seria uma solução, seria um remédio. [O autor] inclusive ameaçou ir na minha casa. É um retrato do que pensam muitos, que entendem que amar outra mulher é uma doença e que de alguma forma tem que ser punida com estupro”, avalia Luana.
A intimidação contra Luana é mais uma remetida a parlamentares do PSOL em diferentes cidades brasileiras. Recentemente, as deputadas de Minas Gerais Iza Lourença, Cida Falabella e Bella Gonçalves, além da vereadora Mônica Benício, do Rio de Janeiro, receberam ameaças semelhantes.
“A gente sabe que ser uma mulher bissexual, com um relacionamento com uma mulher, público como o meu, não é fácil. Mas não vou deixar de expor quem eu sou, de dizer odo meu amor, da minha sexualidade. Não vamos voltar para o armário. Vamos atrás de quem fez a ameaça”, promete Luana.
O estupro corretivo é uma prática violenta contra lésbicas, em sua maioria, além de gays e trans. Em 2018, se tornou causa de aumento de pena em casos de crimes sexuais. Segundo a lei 13.718/2018, o estupro corretivo consiste em uma tentativa de “controlar o comportamento social ou sexual da vítima”.