Sâmia pede que MP responsabilize estudantes por importunação sexual em partida de vôlei
Alunos de medicina da Unisa ficaram nus e simularam masturbação em direção às colegas durante competição universitária
Foto: YouTube/Reprodução
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolou uma representação ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pedindo a investigação e responsabilização dos estudantes de medicina que ficaram nus e simularam masturbação em uma partida de vôlei feminino. A Calomed – competição entre calouros das faculdades de medicina – ocorreu em São Carlos, no interior do estado, entre abril e maio deste ano. Porém, vídeos com os flagrantes dos atos viralizaram na última segunda (18).
No requerimento, Sâmia afirmou que importunação sexual é uma forma grave de assédio: “Tais comportamentos são inaceitáveis e violam os direitos fundamentais de qualquer pessoa, incluindo o direito à integridade física e emocional, o direito à igualdade e o direito a um ambiente seguro”. A deputada pontuou que a conduta dos alunos se enquadra na tipificação do crime, solicitou que testemunhas sejam ouvidas e que haja coleta de provas para a devida apuração e denúncia dos envolvidos.
A parlamentar destacou ainda que as instituições de ensino possuem papel fundamental no combate ao assédio. Segundo ela, permitir esse tipo de ocorrência sem que providências sejam tomadas mostra que a universidade deixa de combater a misoginia, expondo alunas a situações de insegurança. À Universidade Santo Amaro (UNISA), onde os estudantes estão matriculados, Sâmia encaminhou um ofício exigindo informações sobre quais medidas administrativas estão sendo adotadas.
Os vídeos que circulam nas redes são chocantes. Um registro mostra o momento em que vários universitários, posicionados na arquibancada, abaixam as bermudas e tocam os órgãos genitais de frente para as atletas que jogam vôlei na quadra. Em outro trecho, o grupo corre sem roupa pelo local. Sâmia classificou as imagens como “repugnantes”.
“Sabemos que essas atitudes, infelizmente, não são pontuais. E combatê-las precisa ser parte de um esforço coletivo e constante. Na Câmara, apresentei o PL 2825/2022, que estabelece protocolos e compromissos assumidos pelas universidades, com o objetivo de enfrentar a misoginia”, destacou.