Enfrentar a privatização, a perseguição e o ajuste em SP
Construir um novembro de lutas e de solidariedade, também em apoio ao povo palestino
Foto: Reprodução / Vídeo Internet
Nota da Direção Estadual do MES
Novembro é um mês central, para as lutas e para a solidariedade. Mês da consciência negra, esse novembro de 2023 é marcado por uma série de mobilizações concretas, em diversas esferas.
Por um lado, assistimos a uma ofensiva sem precedentes contra o povo Palestino, com Gaza sob ataque e o Estado de Israel promovendo um genocídio e uma limpeza étnica.
No Brasil, buscamos desenvolver as mobilizações necessárias diante de um cenário de pouca organização para luta. Mas, em São Paulo, algumas tarefas e possibilidades se destacam.
Aqui, lutamos contra a sanha privatista de Tarcísio, o governador bolsonarista, que quer impor uma agenda contra o povo e os trabalhadores, apelando para a repressão e a perseguição.
Em regime de urgência, está tramitando na ALESP o projeto de privatização da Sabesp. A proposta, absurda desde o início, torna-se ainda mais intolerável diante das chuvas recentes, que desnudaram o descaso e a incompetência da ENEL, empresa privada responsável pelo serviço de energia elétrica em parte do estado de São Paulo, incluindo a capital e cidades da Região Metropolitana. A ineficácia e o caos assolam regiões inteiras. A prefeitura de Ricardo Nunes é corresponsável, junto com a direção da ENEL. E fica comprovado: se privatizar, piora.
Insensível a isso, o governador Tarcísio só pensa em destruir o serviço público, visando, ao mesmo tempo, a Sabesp, o Metrô e CPTM como focos de privatizações.
As manifestações que ocorreram em outubro, cujo ponto alto foi a greve do dia 3, somadas ao plebiscito popular, mostraram que existe disposição de luta na vanguarda ampliada, inclusive com condições de construir maioria social contra as privatizações. A tragédia que é o transporte ferroviário, sobretudo a malfadada “Via Imobilidade”, é vista e vivida por centenas de milhares de trabalhadores todos os dias, gerando uma consciência crítica inicial contra a privataria deslavada dos governos.
A batalha de ideias é uma tarefa inadiável da esquerda, sobretudo no que diz respeito à defesa dos serviços públicos. Nosso mandato, de Monica Seixas e das Pretas, na ALESP, junto com a bancada do PSOL, tem colocado como prioridade essa mobilização.
Explicar, pacientemente, que a luta contra a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM envolve direitos dos usuários, e unificar as categorias, é um imperativo no momento atual. A unidade com o Magistério, cujo centro da luta é contra o secretário Feder e a proposta de corte nas verbas da educação, também é necessária. E registre-se, ainda no tema da Sabesp, a luta em torno da água, em um estado que já registrou graves crises hídricas. No município de Itu, por exemplo, onde a deputada Monica Seixas iniciou sua militância, houve recentemente reestatização do serviço municipal de água e esgoto, após as crises. Logo, o caminho não é privatizar.
A resposta do governo
O governo responde atacando ativistas e buscando cooptar deputados e a mídia para legitimar sua agenda.
Entregar a SABESP é parte do projeto que faz de SP um laboratório neoliberal, reorganizando as tropas do bolsonarismo, a gosto dos patrões.
Para atacar o ativismo e impedir a unidade das lutas numa greve unificada, a direção do Metrô descumpriu acordos de greve, punindo ainda mais os ativistas, demitindo 8 metroviários, dentre eles, importantes lideranças da categoria. Uma provocação e uma perseguição.
Essa mesma perseguição é desferida pela bancada governista, na ALESP, contra o mandato de Monica, que vem sendo perseguida via denúncia improcedentes e absurdas no Conselho de Ética. A realidade é que a direita, especialmente a extrema-direita, quer retaliar e calar o principal mandato que se coloca em luta contra as privatizações, contra a agenda regressiva do governo contra a educação e os servidores, e agora, recentemente, que presta solidariedade ativa ao povo palestino, contra o apartheid e a limpeza étnica promovidas por Israel, em Gaza e na Cisjordânia.
A nossa resposta
Temos bons exemplos de disposição de lutas. Os estudantes da USP e da Unicamp dobraram a intransigência das reitorias e obtiveram conquistas, apoiadas no método de greve e mobilização.
Apesar da letargia da parte da direção da APEOESP, movimentos e sindicatos lograram unificar uma data central de greves e mobilizações, para o dia 28 de novembro, incluindo Sabesp, Metrô, CPTM, APEOESP e servidores da Fundação Casa.
É hora de declarar guerra total a Tarcísio. Temos alguns dias para construir uma das maiores mobilizações da história do estado, unificando a luta contra as privatizações e perseguições à defesa da educação, do seu orçamento, do investimento público na escola pública e da valorização do magistério.
Para tanto, devemos mobilizar desde já as categorias, ganhando espaço na capital, na região metropolitana e no interior, colocando a militância, os sindicatos, os movimentos e os mandatos a serviço dessa luta.
O exemplo da crise da ENEL deve fortalecer a luta. Todos os protestos que ocorram de forma espontânea devem ser apoiados, estimulados e unificados em torno da mobilização geral de 28 de novembro.
Tarefas imediatas
Convocamos o conjunto da militância a fortalecer a unificação de todas as lutas no dia 28 de novembro; e unificar a nossa consigna de SOLIDARIEDADE, como meta principal:
– Solidariedade à luta contra as privatizações e o corte na educação
– Solidariedade com a luta do povo palestino
– Solidariedade com os demitidos e perseguidos do metrô
– Solidariedade com Monica Seixas e o mandato das Pretas
– Solidariedade à luta do povo negro e à mobilização no Dia da Consciência Negra