Enfrentar a privatização, a perseguição e o ajuste em SP

Enfrentar a privatização, a perseguição e o ajuste em SP

Construir um novembro de lutas e de solidariedade, também em apoio ao povo palestino

Direção Estadual do MES/SP 7 nov 2023, 14:37

Foto: Reprodução / Vídeo Internet

Nota da Direção Estadual do MES

Novembro é um mês central, para as lutas e para a solidariedade. Mês da consciência negra, esse novembro de 2023 é marcado por uma série de mobilizações concretas, em diversas esferas.

Por um lado, assistimos a uma ofensiva sem precedentes contra o povo Palestino, com Gaza sob ataque e o Estado de Israel promovendo um genocídio e uma limpeza étnica.

No Brasil, buscamos desenvolver as mobilizações necessárias diante de um cenário de pouca organização para luta. Mas, em São Paulo, algumas tarefas e possibilidades se destacam.

Aqui, lutamos contra a sanha privatista de Tarcísio, o governador bolsonarista, que quer impor uma agenda contra o povo e os trabalhadores, apelando para a repressão e a perseguição.

Em regime de urgência, está tramitando na ALESP o projeto de privatização da Sabesp. A proposta, absurda desde o início, torna-se ainda mais intolerável diante das chuvas recentes, que desnudaram o descaso e a incompetência da ENEL, empresa privada responsável pelo serviço de energia elétrica em parte do estado de São Paulo, incluindo a capital e cidades da Região Metropolitana. A ineficácia e o caos assolam regiões inteiras. A prefeitura de Ricardo Nunes é corresponsável, junto com a direção da ENEL. E fica comprovado: se privatizar, piora.

Insensível a isso, o governador Tarcísio só pensa em destruir o serviço público, visando, ao mesmo tempo, a Sabesp, o Metrô e CPTM como focos de privatizações.

As manifestações que ocorreram em outubro, cujo ponto alto foi a greve do dia 3, somadas ao plebiscito popular, mostraram que existe disposição de luta na vanguarda ampliada, inclusive com condições de construir maioria social contra as privatizações. A tragédia que é o transporte ferroviário, sobretudo a malfadada “Via Imobilidade”, é vista e vivida por centenas de milhares de trabalhadores todos os dias, gerando uma consciência crítica inicial contra a privataria deslavada dos governos.

A batalha de ideias é uma tarefa inadiável da esquerda, sobretudo no que diz respeito à defesa dos serviços públicos. Nosso mandato, de Monica Seixas e das Pretas, na ALESP, junto com a bancada do PSOL, tem colocado como prioridade essa mobilização.

Explicar, pacientemente, que a luta contra a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM envolve direitos dos usuários, e unificar as categorias, é um imperativo no momento atual. A unidade com o Magistério, cujo centro da luta é contra o secretário Feder e a proposta de corte nas verbas da educação, também é necessária. E registre-se, ainda no tema da Sabesp, a luta em torno da água, em um estado que já registrou graves crises hídricas. No município de Itu, por exemplo, onde a deputada Monica Seixas iniciou sua militância, houve recentemente reestatização do serviço municipal de água e esgoto, após as crises. Logo, o caminho não é privatizar.

A resposta do governo

O governo responde atacando ativistas e buscando cooptar deputados e a mídia para legitimar sua agenda.

Entregar a SABESP é parte do projeto que faz de SP um laboratório neoliberal, reorganizando as tropas do bolsonarismo, a gosto dos patrões.

Para atacar o ativismo e impedir a unidade das lutas numa greve unificada, a direção do Metrô descumpriu acordos de greve, punindo ainda mais os ativistas, demitindo 8 metroviários, dentre eles, importantes lideranças da categoria. Uma provocação e uma perseguição.

Essa mesma perseguição é desferida pela bancada governista, na ALESP, contra o mandato de Monica, que vem sendo perseguida via denúncia improcedentes e absurdas no Conselho de Ética. A realidade é que a direita, especialmente a extrema-direita, quer retaliar e calar o principal mandato que se coloca em luta contra as privatizações, contra a agenda regressiva do governo contra a educação e os servidores, e agora, recentemente, que presta solidariedade ativa ao povo palestino, contra o apartheid e a limpeza étnica promovidas por Israel, em Gaza e na Cisjordânia.

A nossa resposta

Temos bons exemplos de disposição de lutas. Os estudantes da USP e da Unicamp dobraram a intransigência das reitorias e obtiveram conquistas, apoiadas no método de greve e mobilização.

Apesar da letargia da parte da direção da APEOESP, movimentos e sindicatos lograram unificar uma data central de greves e mobilizações, para o dia 28 de novembro, incluindo Sabesp, Metrô, CPTM, APEOESP e servidores da Fundação Casa.

É hora de declarar guerra total a Tarcísio. Temos alguns dias para construir uma das maiores mobilizações da história do estado, unificando a luta contra as privatizações e perseguições à defesa da educação, do seu orçamento, do investimento público na escola pública e da valorização do magistério.

Para tanto, devemos mobilizar desde já as categorias, ganhando espaço na capital, na região metropolitana e no interior, colocando a militância, os sindicatos, os movimentos e os mandatos a serviço dessa luta.

O exemplo da crise da ENEL deve fortalecer a luta. Todos os protestos que ocorram de forma espontânea devem ser apoiados, estimulados e unificados em torno da mobilização geral de 28 de novembro.

Tarefas imediatas

Convocamos o conjunto da militância a fortalecer a unificação de todas as lutas no dia 28 de novembro; e unificar a nossa consigna de SOLIDARIEDADE, como meta principal:

– Solidariedade à luta contra as privatizações e o corte na educação

– Solidariedade com a luta do povo palestino

– Solidariedade com os demitidos e perseguidos do metrô

– Solidariedade com Monica Seixas e o mandato das Pretas

– Solidariedade à luta do povo negro e à mobilização no Dia da Consciência Negra


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 19 nov 2024

Prisão para Braga Netto e Bolsonaro! É urgente responder às provocações golpistas

As recentes revelações e prisões de bolsonaristas exigem uma reação unificada imediata contra o golpismo
Prisão para Braga Netto e Bolsonaro! É urgente responder às provocações golpistas
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi