‘A PEC 220/2016 e a luta contra a política de empobrecimento dos servidores’
PEC servidores

‘A PEC 220/2016 e a luta contra a política de empobrecimento dos servidores’

Sâmia Bomfim, nomeada relatora da proposta na CCJ, defendeu que a pauta seja retomada no primeiro semestre de 2024

Mandato Sâmia Bomfim 19 dez 2023, 09:00

Foto: Leandro Rodrigues/ASCOM-Sâmia Bomfim

A Comissão de Administração e Serviço Público (Casp) da Câmara realizou, na semana passada, um debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 220/2016, que visa assegurar a reposição inflacionária na revisão geral anual dos servidores públicos. A atividade foi solicitada pelas deputadas federais Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A parlamentar de São paulo foi designada relatora da PEC na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

No requerimento da audiência “A PEC 220/16 e a luta contra a política de empobrecimento dos servidores”, as parlamentares destacaram que o funcionalismo público brasileiro sofre com políticas de precarização e desvalorização. 

“Percebe-se uma defasagem remuneratória que não se justifica pela falta de recursos, mas por uma priorização de políticas de austeridade fiscal”, informava o documento.

Ao abrir a mesa, Sâmia pontuou que o processo de empobrecimento dos servidores já é histórico, dessa forma, é necessário que a batalha seja para além do reajuste anual, mas pela garantia de uma política estruturante que promova o fortalecimento da categoria. 

“Nesse sentido, a PEC 220/2016 é um instrumento para que se mantenha essa mobilização pela garantia dos direitos das servidoras e servidores”, reforçou.

Entre as entidades presentes, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) foi representada pelo coordenador Sandro Pimentel, que cobrou mais atenção do governo nas Mesas de Negociação Permanente. Já a secretária do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Annie Hsiou, disse que “não existe democracia sem defender a saúde, a educação, a assistência social e a segurança pública socialmente referenciada”.

O coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), Fabiano dos Santos, destacou a importância de incluir a aprovação da PEC 220 nas pautas de luta dos trabalhadores. Em outro momento, pontuou: 

“Se for necessário fazer novas discussões para ajustá-la, que façamos, mas não é possível iniciar o debate dizendo que a PEC não deve prosperar”.

A crítica veio após a subsecretária do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Regina Coeli Moreira Camargo, apresentar dados de uma nota técnica elaborada pela pasta e afirmar que, se a proposição for aprovada, vai provocar alterações no conjunto de preceitos orçamentários do país e, por esse motivo, “não deve prosperar no formato original”. Sua explanação foi recebida com indignação e rebatida pelos participantes.

Nota técnica ou política?

A posição do governo também foi criticada por Sâmia. Para ela, as notas técnicas refletem uma uma análise da situação, mas também um “ponto de partida político”. “Se é verdade que, internamente, no Congresso não há correlação de forças, considerando que a maioria é liberal e com uma bancada expressiva da extrema-direita, que, a princípio, rejeitaria a ideia de que os servidores públicos devem ter um reajuste, também é verdade que a correlação de forças não é algo estático, se modifica a partir justamente da intervenção das categorias, da população e do próprio governo”, disse a deputada.

Durante a audiência, Sâmia anunciou que foi nomeada relatora da PEC 220 na CCJ. Sem qualquer movimentação na Câmara há sete anos, a proposta finalmente vai avançar, prometeu a parlamentar, sinalizando que deverá pautar o tema já no primeiro semestre de 2024. Uma vez admitida pela comissão mais importante da Casa, a PEC ainda precisará ter o mérito analisado por um colegiado especial.


TV Movimento

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.

Desenvolvimento Econômico e Preservação Ambiental: uma luta antineoliberal e anticapitalista

Assista à Aula 02 do curso do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento. Acompanhe nosso site para conferir a programação completa do curso: https://flcmf.org.br.
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 26 set 2024

Construir a linha combativa para derrotar a extrema direita

As eleições são um momento importante para enfrentar a extrema direita e difundir as ideias socialistas
Construir a linha combativa para derrotar a extrema direita
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 53
Nova edição da Revista Movimento debate Teoria Marxista: O diverso em unidade
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate Teoria Marxista: O diverso em unidade