CLDF derruba veto a PL que prevê emprego para mulheres em situação de violência
Projeto de autoria de Fábio Feliz (PSOL) reserva vagas para vítimas em empresas prestadoras de serviços para órgãos públicos
Foto: Carlos Gandra/CLDF
A Câmara legislativa derrubou o veto do Governo do Distrito Federal, na quarta-feira (22), ao Projeto de Lei 186/23, de autoria do deputado Fábio Felix (PSOL-DF), que obriga empresas prestadoras de serviços terceirizados para órgão públicos a reservarem cotas para mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
A proposição estabelece que a política de cotas deverá constar nos editais de licitação no âmbito da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional do Distrito Federal e o percentual mínimo de vagas varia de acordo com o número de contratados na empresa:
até 200 empregados ………………2%
de 201 a 500 ……………………….3%;
de 501 a 1.000 ……………………4%:
1.001 em diante ……………..5%.
“A dependência socioeconômica que existe entre as mulheres vítimas de violência e os agressores é um dos fatores que dificultam o rompimento do ciclo da violência, expondo as vítimas a maiores riscos de sofrerem agressões físicas, psicológicas ou patrimoniais”, observa o deputado.
A vítima precisa comprovar sua condição de violência e apresentar cópia de registro da ocorrência policial ou certidão de ação judicial, além do relatório de atendimento realizado pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).
O órgão contratante é proibido de divulgar tais informações e deve manter sigilo sobre os dados das profissionais que serão empregadas.
A instituição que não cumprir com o percentual previsto precisa justificar e terá prazo máximo de três meses para se adequar a legislação, sob pena de multa mensal de 2% do valor total contratado.