Em São Caetano, o futuro vai começar agora!
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Em São Caetano, o futuro vai começar agora!

PSOL indicará Professor Rafinha como pré-candidato a prefeito na cidade do ABC paulista

Bruna Chamas Biondi e Pedro Mendonça 13 mar 2024, 14:56

São Caetano tem, neste ano, uma grande oportunidade de mudar o seu presente e construir um futuro radicalmente diferente. A cidade está dominada há décadas por uma elite política conservadora, reacionária, machista, racista, capacitista, lgbtqia+fóbica e, até mesmo, com setores abertamente neofascista. A permanência de homenagens à Samuel Klein, um magnata que usava o seu negócio para explorar sexualmente de meninas e mulheres, e o recente ódio conservador do prefeito Auricchio contra os skatistas, mostra um grupo de coronéis que não tem vergonha de destilar sua visão de mundo reacionári. A Câmara dos Vereadores, então, é um rodízio de bolsonaristas.

Porém, além do seu caráter conservador, a elite política que domina a cidade também tem seus interesses diretamente vinculados aos grandes capitalistas, que querem fazer da nossa cidade um parque de diversões para os seus negócios, enquanto milhares de trabalhadores, pequenos negócios e comerciantes carecem de apoio financeiro da Prefeitura. Exemplos disso não faltam, como: a recente mudança na Lei de Zoneamento que abriu novos espaços da cidade para mais uma rodada de verticalização; a repressão da Prefeitura contra a luta dos moradores do antigo edifício Di Thiene pelo direito à moradia; e a sede privatista do governo Auricchio que arma a venda do SAESA, assim como Tarcísio fez com a SABESP no estado de São Paulo.

Neste cenário, o bloco que hoje ocupa a Prefeitura ainda não se posicionou de maneira unitária sobre as eleições de outubro, pode ser, inclusive, que não o faça. As táticas eleitorais serão dadas com o tempo, mas o que já é certo é que seja Regina Maura (braço direito da política privatista de Auricchio na Saúde, que opera por anos as relações sombrias entre Prefeitura e a Fundação ABC) seja Tite Campanella (abertamente bolsonarista, coronelista e inimigo da luta das mulheres pela legalização do aborto) o projeto apresentado será de um continuismo dos velhos coronéis que governam São Caetano há anos. Por outro lado, mas nem tanto, a pré-candidatura de “”oposição”” de direita de Fábio Palácio é a repetição desse modelo de governo privatista-conservador, haja vista que em 2020 o seu vice era Saul Klein, bem como, as suas relações com o governador Tarcísio e o seu apoio a Bolsonaro nas eleições de 2018.

A SÃO CAETANO QUE A GENTE QUER

É evidente que nossa população vive um cenário difícil, e não há correria pré eleitoral e caminhão de obras de última hora que escondam esse cenário. Auricchio tem um governo marcado por uma grave crise (ficou um ano afastado da Prefeitura por um julgamento de caixa 2 de campanha) e sequer teve maioria da população o apoiando em 2020 (resultado de uma cidade que ainda não tem 2º turno). Resultado disso é que os últimos 4 anos foram de lutas, ainda que parciais, de importantes setores sociais: a luta por moradia dos desabrigados do Di Thieni, das mulheres contra as homenagens a Samuel Klein, dos jovens skatistas, da negritude contra o racismo nas escolas, dos usuários dos clubes contra a demolição imposta pelo prefeito, dos servidores públicos por melhores condições de trabalho, remuneração e contra o assédio, das pessoas com deficiência contra o fechamento, sem diálogo, da Anne Sullivan, dos estudantes da Fundação das Artes por um bicicletário e tantas outras. É por ter sido parte ativa dessas lutas que o PSOL aprovou, em outubro do ano passado, a sua pré-candidatura para a Prefeitura nas eleições de 2024.

Mas antes da discussão de nomes, um partido socialista que quer revolucionar a lógica do poder na cidade precisa discutir um programa, um “o que fazer” ao chegar no poder. Por isso, é tarefa do PSOL construir com a sua militância e com o conjunto do ativismo da cidade uma plataforma que:

  1. Defenda a educação pública, gratuita, emancipadora e de qualidade.
  2. Valorize o SUS, os seus profissionais e coloque um fim na farra das OS’s
  3. Que seja antineoliberal barrando todos os processos de privatizações na cidade e avance por uma USCS e Fundação das Artes 100% gratuitas.
  4. Feminista com a ampliação da participação das mulheres nos espaços de decisão da Prefeitura, assim como, com uma ampla rede de proteção, prevenção e reinserção das mulheres vítimas de violência. Além disso, com a inserção no sistema de saúde municipal das doulas e obstetrizes.
  5. Com uma ampla radicalização democrática da Prefeitura, empoderando os conselhos e garantindo efetiva participação popular nesses espaços. Assim como, a criação de Comitês populares de bairros que determinem o Orçamento Participativo.
  6. Com radical combate a corrupção, colocando fim a todos os cargos comissionados de direção de escola, UBS e etc que passarão a ser por concurso público ou eleição interna e que reduza ao máximo o número de comissionados em toda a máquina pública.
  7. Antirracista que valorize a participação cultural e social da negritude na formação da nossa cidade e crie uma educação pública profundamente antirracista.
  8. Que garanta alternativas de emprego local, com cooperativas públicas de tecnologia, delivery, viagens e etc impulsionadas e financiadas pelo poder pública
  9. Que amplie as políticas ambientais, com a redução do número de carros, ampliação de áreas verdes, hortas urbanas e disseminação de bebedouros públicos. Enfrentar o desastre climático é uma necessidade urgente de nosso tempo.
  10. Com Tarifa Zero para valer, ampliando o número de linhas e de ônibus a partir da criação de uma empresa pública municipal de transporte.
  11. Que combata a especulação imobiliária, interrompendo o ciclo de verticalização de grandes negócios e que garanta políticas de moradia popular.
  12. Que rompa as barreiras da cidade para as pessoas com deficiência, sejam elas físicas, políticas, atitudinais, comunicacionais e etc.

Esses pontos são, por certo, apenas apontamentos iniciais, um programa demandará um amplo debate em diversos encontros que o PSOL irá fazer nos próximos meses (uma proposta de calendário se encontra ao final do texto).

UMA REVOLUÇÃO FEMINISTA NA CÂMARA QUE TEM QUE CONTINUAR

A chegada na Câmara das Mulheres por + Direitos foi uma grande vitória da esquerda da cidade, seja na tribuna, nas ruas ou nas fiscalizações de equipamentos públicos, Bruna, Fernanda e Paula levaram à frente nossa política de ser pedra no sapato dos coronéis. Resultado disso, foi um trabalho que se fortaleceu, ficou mais reconhecido, fez nosso partido ampliar em número de filiados e apareceu até mesmo com 13% em pesquisas para Prefeitura.

Esses dados são um sintoma do espaço que tem na cidade para uma política socialista e feminista, há um desejo de transformação radical especialmente nos setores da juventude da cidade. O mandato das Mulheres por + Direitos, como deve ser um mandato de socialistas, não serviu apenas para apresentar bons projetos de lei e votar corretamente, foi principalmente um apoio para as lutas da cidade. São incontáveis denúncias e pronunciamentos em defesa de munícipes, servidores perseguidos ou em defesa da vida das mulheres, tudo isso, sem baixar uma sequer vez a cabeça para os coronéis da cidade que sempre tentam calar a Bruna.

Com as Mulheres por + Direitos, nós viramos a mesa do poder, a Câmara deixou de ser um quintal da casa dos coronéis e passou a ser um espaço de batalha política, onde nossas posições de esquerda são apresentadas sem medo. O Prefeito agora não conta com uma Câmara silenciosa e que pode estar na sua mão a qualquer momento, basta uma boa “proposta” para que muitos mudem de lado. Agora, há um mandato de oposição do PSOL que realmente defende o que acredita e que não muda de lado em troca de benefícios próprios.

Isso foi uma verdadeira revolução política que não só não pode parar, mas tem que se ampliar. Ter as Mulheres por + Direitos por mais 4 anos na Câmara será um alento para os setores sociais que lutam na cidade e será a consolidação de um novo ciclo da esquerda em São Caetano. Mais ainda, esta é a tática correta para tentarmos não só nos mantermos na Câmara, mas ampliarmos a nossa bancada a partir de 2025. Por isso, a pré-candidatura à reeleição de Bruna Mulheres por + Direitos é uma tarefa para a esquerda da cidade, é a hora que vamos juntos dar o troco em todas as barbáries que eles praticaram nos últimos 4 anos.

PROFESSOR RAFINHA, A LUTA PELO FUTURO!

O PSOL é o maior partido de esquerda da cidade, há muitos anos essa é uma realidade, que não quer dizer apenas da nossa representação parlamentar mas, também, da nossa inserção em diversos setores da cidade (conselhos municipais, bairros, movimentos sociais, servidores e etc). Por isso, é nossa tarefa, no Diretório do próximo dia 16, apresentarmos um nome que represente o espírito militante do nosso partido e não apenas mais um representante das negociações de palácio, como ocorre nos outros partidos. Neste sentido, queremos indicar o nome do Professor Rafinha como Pré-Candidato a Prefeito pelo PSOL!

Rafinha tem vinculação direta com um dos principais setores da cidade: os servidores, é professor de física da Rede municipal há 17 anos e da última escola que ainda resiste ao Ensino Médio na Prefeitura, o Alcina Dantas Feijão. Ou seja, combina a força de dois dos nossos principais bastiões políticos: a educação e a juventude. Além disso, Rafinha é da Executiva Municipal do nosso partido e membro do Conselho da APEOESP São Caetano do Sul. Em uma eleição que vai ser marcada pelos velhos coronéis da cidade, nós queremos apostar na força do professor, uma novidade que vem debaixo para revolucionar São Caetano! Rafinha será não só um candidato de si, mas um candidato do programa radical do PSOL e que ajudará o conjunto da nossa chapa de vereadoras e vereadores.

A indicação do Professor Rafinha é um pontapé inicial na construção programática que se iniciará nas próximas semanas, percorrendo todos os bairros da cidade, conversando com diversos setores sociais e com os camaradas da REDE, que estão em nossa federação. Além disso, seguimos abertos a negociação de uma frente de esquerda com uma possível vice para a federação PT, PCdoB e PV para uma enfrentarmos o projeto de direita de Auricchio, sua turma e de Palácio. Colocando, evidentemente, a prioridade da representação de uma companheira para composição desta chapa.

Por isso, vamos para este sábado com a disposição de construir uma forte chapa de pré-candidaturas a Câmara nas eleições de 2024, uma pré-candidatura à Prefeitura para combater os coronéis e um programa para revolucionar a cidade. O futuro de São Caetano começa agora, vamos com o Rafinha plantar as sementes!

Proposta de Calendário de Construção de Programa:

  1. 06 de abril, sabado – educação, ciência e tecnologia
  1. 18 de abril, quinta feira – saneamento, meio ambiente, segurança alimentar, direitos dos animais e São Caetano é Território Indígena.
  1. 5 de maio, domingo – saúde, pessoas com deficiência, 60+, PCD e infância
  1. 23 de maio, quinta feira – emprego e renda, desenvolvimento econômico e assistência social
  1. 15 de junho, sábado – cultura ,esporte e lazer
  1. 27 de junho, quinta feira – segurança pública
  1. 11 de julho, quinta-feira – desenvolvimento urbano, mobilidade urbana e habitação social.
  1. 28 de julho, domingo – gestão democrática, participação popular e combate à corrupção
  1. 08 de agosto, quinta feira – mulheres, negritude, lgbt e juventude

Bruna Biondi- Vereadora do Mandato Mulheres por + Direitos (PSOL) e do Movimento Esquerda Socialista (MES-PSOL)

Pedro Mendonça- Presidente do PSOL São Caetano e do Movimento Esquerda Socialista (MES-PSOL)


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

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Pedro Micussi