Philippe Poutou será candidato na Bélgica na lista “anticapitalistas” para as eleições europeias
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Philippe Poutou será candidato na Bélgica na lista “anticapitalistas” para as eleições europeias

O ex-candidato às eleições presidenciais francesas e porta-voz do NPA ocupará o terceiro lugar na lista “Anticapitalistes”

Gauche Anticapitaliste 23 abr 2024, 12:00

O ex-candidato às eleições presidenciais francesas e porta-voz do NPA ocupará o terceiro lugar na lista “Anticapitalistes”, liderada pela Gauche Anticapitalista (Esquerda Anticapitalista) nas eleições europeias de 9 de junho [1].

Philippe Poutou, operário do setor automotivo demitido, ex-candidato à presidência do Novo Partido Anticapitalista (NPA) na França e vereador da cidade de Bordeus, agora será candidato na Bélgica com o apoio do NPA. “É para fazer com que essa ideia simples seja ouvida, de que pode haver outra Europa além da que está sendo imposta a nós, uma Europa fraterna, uma Europa de solidariedade entre os povos, entre homens e mulheres trabalhadores”, declarou ele no sábado, 13 de abril, em Bruxelas.

“Acreditamos que outra sociedade é possível, na Bélgica e em todo o mundo. Mas para alcançar essa sociedade alternativa, precisamos construir um equilíbrio de poder, não apenas em nível nacional, mas também internacional. Com o apoio de Philippe Poutou e do NPA, estamos nos reforçando mutuamente”, explica Denis Verstraeten, porta-voz do Gauche anticapitaliste que encabeça a lista.

Para a Gauche anticapitaliste, que está concorrendo às eleições pela primeira vez sob o acrônimo “Anticapitalistes”, o objetivo é oferecer uma saída política para as lutas sociais e ecológicas. “Apoiamos todos os movimentos de emancipação que agitaram a Bélgica nos últimos anos: greves feministas, ações ambientais, mobilizações contra a violência policial, a greve de Delhaize, solidariedade com a resistência ucraniana… e, é claro, o movimento de apoio à Palestina“, explica Laure Horlait, militante feminista, candidata e porta-voz da Gauche anticapitaliste.

“Achamos que é importante que a raiva, as lutas e os movimentos sociais encontrem uma saída política. Porque essa outra sociedade pela qual estamos lutando, uma que seja igualitária, solidária, bonita e agradável de se viver, não será construída apenas por meio de uma eleição. Portanto, nossa lista é também um chamado para lutar conosco por uma alternativa ecossocialista, feminista, antirracista, internacionalista e radicalmente democrática”, acrescenta.

“A NECESSIDADE URGENTE DE UM NOVO MUNDO”

Com o slogan “L’urgence d’un monde nouveau” (“A urgência de um novo mundo”), a Gauche anticapitaliste quer apresentar um projeto de sociedade alternativa, radicalmente democrática. A socialização é uma das diretrizes de seu programa: em outras palavras, a requisição, sob o controle direto dos trabalhadores e usuários, de vários setores-chave da economia (energia, bancos e seguradoras, supermercados, indústria alimentícia, habitação, saúde, educação e transporte). Essa requisição possibilitaria a redistribuição dos lucros, o planejamento das transições necessárias (para a produção de energia com baixo teor de carbono, alimentos sem pesticidas etc.) e, acima de tudo, a reorganização desses setores em torno das necessidades reais, que poderão enfim ser garantidas, enquanto as produções inúteis e até nocivas, mas lucrativas para os capitalistas, podem ser descartadas.

Para Philippe Poutou, “é importante que existam organizações como a Gauche anticapitaliste que possam fazer ouvir uma voz anticapitalista, dizendo que não temos que subir, que não temos que nos resignar. É uma luta que devemos travar por uma Europa anticapitalista que se oponha à Europa capitalista e liberal; por uma Europa ecológica, feminista, antirracista, anticolonial e anti-imperialista; uma Europa que lute contra as políticas que fecham as fronteiras, que defenda a liberdade de movimento e o acolhimento de todos. Por fim, também se trata de transmitir a ideia de que precisamos nos mobilizar, que os povos precisam combater, se organizar e lutar.

[1]  Entre os dias 6 e 9 de junho, eleições serão organizadas nos 28 países da União Europeia (EU) para renovar a representação no Parlamento Europeu. A legislação europeia permite a um cidadão de um país de EU votar, e ser candidato, num outro país membro. Em 2024, um total de 720 eurodeputados serão designados por pais, proporcionalmente ao número de votos recebidos pela lista.


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Pedro Micussi