Após batalha por reajuste, professores das federais encerram greve
Docentes aceitam proposta do governo e aulas retornam a partir de quarta-feira (26)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Depois de 69 dias de uma dura queda de braço com o governo federal, os professores das universidades federais decidiram, no domingo (23), encerrar a greve nacional deflagrada em abril. No sábado, os docentes e técnicos-administrativos de instituições de Ensino Básico e Técnico aceitaram tomaram a mesma decisão..
Em assembleias realizadas em várias regiões do país, a maioria dos servidores aprovou a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início de junho. Para os professores das universidades federais, a proposta aceita inclui aumentos em 2025 e 2026, com percentuais diferenciados para cada categoria profissional. Além disso, o acordo do governo prevê a revogação de uma portaria de 2020, que havia aumentado a carga horária mínima semanal para os docentes
“Reunido em Brasília neste fim de semana, o Comando Nacional de Greve informa que, finalizada a sistematização dos resultados deliberados nas assembleias da base nos estados entre os dias 17 e 21 de junho, a categoria docente definiu pela assinatura do termo de acordo apresentado pelo governo, a ser realizada em 26 de junho, bem como pela saída unificada da greve a partir de tal data, até 3 de julho”, informou, em nota, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN)
A proposta apresentada pelo governo foi a de reajuste zero em 2024. Porém, foi ofertado um aumento de 12,8% nos próximos dois anos, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
Os técnicos-administrativos das universidades federais ainda não aprovaram o acordo. A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) se reunirá nesta segunda-feira (24) para reavaliar o movimento.
Reivindicações não foram atendidas
Segundo o Andes-SN, as atividades devem ser retomadas a partir de quarta-feira (26), após assinatura de um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação. A expectativa é que as aulas sejam totalmente normalizadas até 3 de julho, a depender do calendário acadêmico definido por cada instituição. Até domingo, 55 universidades estavam paralisadas.
Na avaliação do sindicato, as propostas apresentadas pelo governo não atendem as demandas da categoria, mas os termos “refletem avanços que só foram possíveis graças à força do movimento paredista. Para além do que já conquistamos, nos últimos retornos que tivemos do governo federal, a conjuntura aponta para os limites desse processo negocial”.
O Andes acrescentou que a greve “alcançou seu limite e que estamos no momento de seguir a luta por outras frentes”, diz o Andes, em nota.