Operação da PF prende suspeitos de integrar ‘Abin Paralela’
Esquema clandestino foi montado no governo Bolsonaro para monitorar opositores
Foto: Polícia Federal/Divulgação
Em mais uma rodada do “Desperta PF”, a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) a 4ª fase da Operação Última Milha – que visa desarticular organização criminosa conhecida como Abin Paralela, que monitorava ilegalmente autoridades para produzir notícias falsas, usando os sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O esquema de espionagem foi montado durante o governo Jair Bolsonaro com o objetivo de prejudicar seus opositores. O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e o bolsonarista Delegado Alexandre Ramagem são apontados como os mentores da atividade clandestina.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora (MG), Salvador e São Paulo.
Em nota, a PF informou que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, “incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”.
“A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
A operação
A primeira fase da Operação Última Milha foi iniciada pela Polícia Federal em outubro do ano passado. Na ocasião, a corporação comunicou que estava investigando o uso indevido do sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por parte de servidores da própria Abin.
“De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, destacou a PF à época.
*Com informações da Agência Brasil