Outra Campanha exige transparência como garantia de direitos políticos
A esquerda venezuelana exige transparência perante as suspeitas de fraude nas últimas eleições do país
Ontem, milhões de venezuelanos expressaram sua vontade nas urnas. Em um evento histórico, buscou-se avançar na reconstitucionalização do conflito venezuelano, tentando elucidar quem ocupará a Presidência da República pelos próximos 6 anos.
Embora tenha havido um resultado oficial, anunciado pelo Reitor Elvis Amoroso, dando como vencedor o atual Presidente Nicolás Maduro, ele foi questionado por diferentes setores da oposição, por organizações sociais e por cidadãos que testemunharam os resultados de suas seções eleitorais.
São preocupantes as alegações que circulam até o momento sobre a falta de acesso de uma das partes concorrentes às folhas de apuração e à transmissão de dados, bem como a incompatibilidade entre os dados apresentados pelo CNE e os 40% das folhas de apuração em poder de um setor da oposição. Esse setor tem o dever de fundamentar suas reivindicações com dados. Qualquer violação da expressão da vontade das maiorias não é apenas contra uma parcialidade, mas contra o direito que temos como povo venezuelano à autodeterminação, a decidir nosso futuro coletivo, em democracia. Nesse contexto, cabe ao CNE cumprir escrupulosamente seu dever de transparência e auditabilidade das atas e dos resultados.
O acesso de todas as partes envolvidas na disputa eleitoral, bem como dos cidadãos, à contagem pública dos votos e a divulgação clara dos resultados, mesa por mesa, estado por estado, são garantias fundamentais para o exercício dos direitos políticos de todos os venezuelanos e uma fonte de credibilidade do processo eleitoral.
Diante do exercício do direito de manifestação de diferentes setores sociais em relação aos resultados eleitorais, a Outra Campanha exige que as forças de segurança atuem em estrita conformidade com as normas de direitos humanos. Também exigimos que os líderes de todo o espectro político exerçam seus direitos de forma responsável e sem incentivar a violência.
Governe quem governe, os direitos se defendem!