Após chororô da Fenaban, apoio a greve cresce entre os bancários
Há mais de dois meses a categoria espera propostas de reajuste da Federação dos Bancos, sem sucesso
Foto: Divulgação
A Campanha Nacional dos Bancários 2024 está em andamento há mais de dois meses, mas as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) têm sido infrutíferas. No último encontro, em 13 de agosto, a patronal não apresentou respostas às reivindicações da categoria para o reajuste salarial, tampouco se comprometeu a apresentar alguma na mesa desta terça-feira (20).
O descaso dos banqueiros com os bancários levou a categoria a fazer um protesto em frente ao hotel onde ocorre a negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários, na capital paulista. A oposição nacional pleiteia a instauração de uma greve nacional para garantir melhores remuneração e condições de trabalho.
Delegado sindical do Banco do Brasil e militante do MES/TLS, Bento Damasceno Ferreira, é um dos defensores da paralisação. Ele destaca que as greves sempre foram instrumentos das maiores vitórias da categoria.
“Nenhum direito desta categoria foi conseguido sem greve; que as 6 horas, um dos principais direitos dessa categoria, foi conseguida com uma greve histórica; que a décima sexta da alimentação, o direito aos tickets, também foram conseguidos com greve. Quando não entramos em greve, nós perdemos direitos”, recordou em sua fala.
Reivindicações
Entre outras reivindicações, a campanha dos bancários defende o piso do Dieese, reposição das perdas salariais e da inflação, fim das metas, além de reajuste da PLR e dos vales alimentação e refeição . Porém, apesar dos lucros exorbitantes, os bancos ainda não conseguiram apresentar uma proposta sequer aos seus funcionários.
Segundo levantamento do Comando Nacional, em 2023, os cinco maiores bancos, juntos, tiveram um lucro de R$ 108,6 bilhões. Nos últimos 10 anos, o lucro cresceu 169% acima da inflação e a rentabilidade média do setor é de 15% acima da inflação. Além disso, 86% dos acordos trabalhistas fechados este ano no país tiveram aumento real – com acordos vindo de setores menores e menos lucrativos que o bancário. Ou seja: a choradeira dos bancos (que alegam que a competitividade impede o reajuste) não se justifica – e acaba com a paciência dos bancários.
“Temos de ter uma greve para enfrentar esses banqueiros, enfrentar o setor que mais lucra nesse país, que mais explora os trabalhadores, que explora a população. Então nós estamos fazendo esse chamado aqui, na cara dos banqueiros, e falando diretamente para quem coordena essa negociação. É necessário construir uma greve nacional da categoria, que continua sendo o instrumento mais forte da população”, defendeu Bento..”O que não dá para fazer, o que está desatualizado, é a greve de fachada. Que parem os setores, que pare o home office, que parem os setores de tecnologia dos, parem as agências. Viva a greve da categoria bancária. É necessário construir uma greve nacional da categoria”, finalizou o sindicalista.