Parlamentares do PSOL na luta por tombamento de área verde em Osasco
Refúgio ecológico do Golfe Clube do município, um dos mais poluídos do país, foi vendido para empreiteira
Foto: Google/Reprodução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os municípios ofereçam a cada habitante 12 metros quadrados de área verde. Muitos municípios brasileiros não respeitam essa orientação. Osasco, na grande São Paulo, é uma delas. A segunda cidade mais poluída do país oferta apenas 2,5 metros de área verde e há o risco de, em breve, essa área ser reduzida.
O Golfe Clube de Osasco, uma das raras áreas arborizadas na cidade – com quase 150 mil metros quadrados de vegetação nativa -, foi vendida pelos antigos proprietários à construtora Ekko, que planeja usar o terreno para construir um condomínio de prédios, um shopping e um hospital. A situação colocou ambientalistas em alerta e o caso foi parar na Justiça. As obras foram paralisadas, mas parte da cobertura vegetal já foi destruída.
O desafio agora é conseguir o tombamento da área verde, que está sob análise do Conselho Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Condephaat). Na semana passada, a iniciativa ganhou apoio de parlamentares do PSOL. A vereadora Juliana Curvelo, a deputada estadual Monica Seixas e a deputada federal Sâmia Bomfim assinaram uma carta de apoio ao tombamento do refúgio ambiental.
“É um momento crítico para Osasco. Estamos vendo um espaço vital, que serve não apenas como pulmão verde, mas também como patrimônio cultural e ambiental, ser ameaçado. Precisamos nos unir para proteger este bem comum”, afirmou Juliana Curvelo, na carta.
Pesa contra a preservação da área verde do Golfe Clube a orientação política de integrantes do Condephaat. Recentemente, um conselheiro representante da sociedade civil solicitou vistas ao projeto de tombamento, adiando a decisão pelo tombamento. Há uma preocupação crescente de que a maioria dos conselheiros, alinhados ao governo, possa votar contra a medida, apoiando a proposta do prefeito de Osasco de derrubar as árvores para novos prédios.
Monica Seixas e Sâmia Bomfim alertam sobre os possíveis impactos ambientais e sociais negativos que podem advir do empreendimento imobiliário, uma vez que áreas verdes urbanas são fundamentais para a qualidade de vida e a conservação da biodiversidade.
As parlamentares estão trabalhando na divulgação da carta, que pode sensibilizar a sociedade civil e outras lideranças políticas em defesa do Golfe Clube de Osasco.
“Estamos buscando parlamentares e lideranças que compartilhem nossa visão para se unir a nós nessa luta”, diz Sâmia.