Assassinato de Nasrallah é parte da escalada fascista do sionismo
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Assassinato de Nasrallah é parte da escalada fascista do sionismo

Morte do líder do Hezbollah é parte do plano do primeiro-ministro israelense para se manter no poder através da expansão do conflito na região

Bruno Magalhães 28 set 2024, 10:23

Foto: Nati Shohat/Flash90

A morte do líder supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo massivo do exército israelense no sul de Beirute, pode escalar ainda mais o conflito no Oriente Médio. Após a destruição e o genocídio promovido pelas forças sionistas em Gaza, a agressão agora se volta contra o Líbano e já deixou centenas de mortos no país, incluindo os adolescentes brasileiros Mirna Nasser e Ali Abdallah (ambos de 15 anos).

A estratégia de ampliação do terror promovida por Israel na região é operada pelo primeiro-ministro Netanyahu como forma de se manter no poder através da manutenção do conflito. Dependente do apoio de fundamentalistas judaicos e da extrema direita, ao mesmo tempo que enfrenta grande oposição interna, Netanyahu pode ser destituído e inclusive enfrentar a prisão caso deixe o cargo. Então amplia o massacre regional para se manter no poder apostando numa futura vitória de Trump nas eleições norte-americanas, o que daria ainda mais suporte imperialista à carnificina promovida por Israel.

O assassinato de Nasrallah acontece dentro da chamada doutrina Dahiya, um eufemismo para a prática de crimes de guerra praticada há décadas que consiste na destruição em larga escala de áreas civis para promover a desestabilização das forças de resistência antissionistas. Na conta insana dos generais de Israel, são aceitáveis ao redor de cem mortes civis para cada líder da resistência assassinado.

Atualmente, muitos destes crimes de guerra são orientados por inteligência artificial (o programa Lavender), com a análise de dados e o assassinato em massa de civis sendo definidos por algoritmos com pouca ou nenhuma participação humana. O resultado são constantes ataques a hospitais, escolas, áreas residenciais e campos de refugiados que elevam o número total de civis mortos pelas armas sionistas às dezenas de milhares somente este ano em Gaza e no Líbano.

Enquanto isso, outros países árabes da região – como Egito, Jordânia e Arábia Saudita – continuam sendo peças essenciais na defesa de Israel, apesar da retórica de solidariedade à Palestina de seus governos. As ditaduras do general Al-Sisi e dos reis Abdullah e Salman continuam como cúmplices ativos de Netanyahu devido as suas relações com os EUA. É importante lembrar também que a China é a segunda parceira comercial de Israel, demonstrando a cumplicidade deste imperialismo ascendente no genocídio operado pelo sionismo na região.

Após o assassinato de Nasrallah, as perspectivas próximas no Oriente Médio são cada vez mais sombrias. Não se sabe qual será o grau de resposta do Hezbollah e de seu aliado Irã, também atacado recentemente na operação que assassinou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afinal o que Netanyahu quer é justamente a ampliação da guerra para se manter seu poder, mesmo que isso signifique mais mortes inclusive entre os israelenses.

É urgente redobrar a solidariedade internacional aos povos palestino e libanês, enfrentando a máquina de guerra sionista assim como o nazismo foi enfrentado no século XX. Desde o Brasil, é imprescindível exigir que o presidente Lula seja coerente com suas palavras e suspenda imediatamente o comércio internacional com Israel (nosso país é responsável pela venda de quase 10% do petróleo bruto utilizado por Israel).

Seguir o exemplo de Gustavo Petro, presidente da Colômbia que rompeu relações com o estado sionista, é a maior contribuição que o Brasil pode dar na luta contra o genocídio e a escalada fascista no Oriente Médio.


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