Estudantes cobram Haddad durante visita à USP
Evento na Universidade de São Paulo teve questionamentos às políticas de austeridade promovidas pelo ministro
Via Juntos! SP
Confira abaixo a entrevista de Pedro Chiquitti, militante do Juntos! à Folha de São Paulo.
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Em meio a gritos de guerra como “o arcabouço ataca a educação, queima floresta e dá dinheiro para o patrão”, estudantes da USP de diferentes faculdades protestaram após o encerramento da palestra do ministro.
As principais críticas eram em relação ao limite de gastos e à ineficiência nas ações de prevenção e controle dos fogos que se alastram pelo país desde o começo de agosto.
Pedro Chiquitti, 20, estudante de história e parte do coletivo Juntos, conta que o DCE (Diretório Central de Estudantes) esteve com Lula e Haddad, em 2022, fazendo campanha para o segundo turno das eleições presidenciais, mas que agora tem um papel também de questionar o desempenho do atual governo.
“Nossa principal demanda é contra o arcabouço fiscal, porque ele limita os gastos que devem ser investimentos. O Plano Safra, por exemplo, destinou R$ 400 bilhões ao agronegócio, mas apenas R$ 75 bilhões para pequenos produtores”, diz.
Muitos criticaram também a postura que consideram mais à direita do ministro, que dialoga com setores que se beneficiam de incentivo fiscal e agravam a crise climática.
“O Fernando Haddad é um consenso entre a própria direita que é aquilo que há de mais ‘moderado’ e de mais contato com a Febraban [Federação Brasileira de Bancos], a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] e os bancos. Na nossa interpretação é uma escolha de projeto político, de não enfrentar a crise climática, não enfrentar a lógica do teto de gastos, privilegiando atender os setores da especulação imobiliária”.