Total apoio e solidariedade ao movimento estudantil da UERJ!
Declaração do Movimento Esquerda Socialista (MES/PSOL) do Rio de Janeiro sobre a resistência estudantil na UERJ
Foto: ND/Reprodução
Os estudantes estão em luta e em ocupação desde o dia 26 de julho, quando a reitoria da universidade publicou o Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA) nº 38/2024, que alterou as regras para a concessão de bolsas e auxílios. Essa mudança, concretamente, implica cortes nas bolsas de vulnerabilidade social (BAVs) para estudantes de baixa renda, além de cortes nos auxílios transporte, alimentação e creche. Tal medida resultará na evasão estudantil, considerando que muitos estudantes dependem dessas bolsas para concluir sua formação.
Ao longo do processo de ocupação, os estudantes realizaram um ato na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, no dia 14/08, organizado pelo FEPERJ. Na ocasião, foram recebidos pelo secretário, e um orçamento de 150 milhões foi liberado logo em seguida.
Com essa verba suplementar, a reitoria teria condições de revogar o AEDA nº 38/2024, mas apresentou uma proposta rebaixada, prolongando o impasse entre a administração da universidade e o movimento estudantil. Importante mencionar que os CA’s e o DCE estiveram na ocupação e denunciaram, com diversas notas publicadas, a postura pouco conciliatória da reitoria.
No dia 12/09, a reitoria entrou com um pedido de liminar para reintegração de posse, criminalizando quatro estudantes e um técnico administrativo. A liminar foi negada pela justiça, e uma audiência de conciliação foi marcada no TJRJ para o dia 17/09. A decisão final da juíza foi pela reintegração de posse, com a anuência da reitoria. Nos dias que se seguiram, testemunhou-se um verdadeiro show de horrores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Confrontos diretos entre os seguranças patrimoniais da UERJ, a Polícia Militar e, por fim, o Batalhão de Choque, consagraram o caráter antidemocrático da atual reitoria da universidade.
Para piorar, no fatídico dia 20/09, o deputado Federal Glauber Braga, que estava na Uerj para mediar a situação, foi detido com mais 3 estudantes. Situação arbitrária e inconstitucional.
É inadmissível que o movimento estudantil seja criminalizado e que uma reitoria se posicione como um braço repressor do Estado. Repudiamos a repressão, o assédio e a criminalização dos estudantes e de todos aqueles que estão apoiando este importante movimento pela permanência estudantil.
Lutar não é crime!