Estudantes são recebidos com balas de borracha em protesto contra terceirização de escolas de SP
Após batalha jurídica, governador Tarcísio de Freitas conseguiu concluir leilão que entrega administração das instituições de ensino à iniciativa privada
Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Em novo ataque à educação pública, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), concluiu na segunda-feira (4), o segundo leilão para construção e administração de 16 escolas públicas no estado.
O Consórcio SP + Escolas, vencedor da disputa, ofereceu R$ 11,5 milhões mensais para gerir as novas instituições de ensino, em sistema de parcerias público-privadas. Caberá a eles prover fornecimento de segurança, merenda, internet e manutenção das escolas.
A venda não ocorreu sem batalha. A Apeoesp, o principal sindicato de professores do estado, entrou na justiça contra o leilão, afirmando que o edital violava o princípio constitucional da gestão democrática da educação, e a integração entre a administração do espaço físico e as funções pedagógicas. O leilão chegou a ser suspenso. Porém, Tarcísio conseguiu reverter a decisão judicial.
O leilão foi realizado na Bolsa de Valores, sob protesto de estudantes e professores contrários à terceirização das escolas. Segurando faixas e cartazes e gritando frases como “nossas escolas não estão à venda”, os manifestantes foram recebidos por bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha pela Polícia Militar, que fechou todos os acessos da Rua Quinze de Novembro, onde fica a Bolsa de Valores para impedir a manifestação.
A vereadora Luana Alves (PSOL), que participou do protesto, usou as redes sociais para criticar a repressão policial e o projeto político entreguista de Tarcísio para a educação pública de São Paulo.
“É direito dos estudantes protestarem contra esse absurdo completo que é a privatização da gestão das escolas estaduais. A gente quer investimento nas escolas públicas, bons salários para professores, psicólogos e assistentes sociais nas escolas, qualidade na educação e não mais privatização e corrupção, que é o que o governador Tarcísio quer fazer. Mais respeito à educação pública e aos estudantes”, afirmou.