Luta contra o ajuste fiscal e pelo fim da escala 6×1 marcam o momento político
As duas pautas representam a defesa dos principais interesses dos trabalhadores brasileiros no momento
Foto: Panfletagem do movimento VAT no Rio de Janeiro (X/Reprodução)
Passadas as eleições municipais, são aguardadas as propostas de ajuste fiscal planejadas para breve pelo governo federal. Após semanas de impasse, a apresentação do plano de austeridade segue adiada enquanto o governo manda sinais diferentes para o mercado e para os movimentos sociais.
Ao mesmo tempo, a luta pelo fim da jornada 6×1 surge como outra principal pauta em prol dos interesses concretos da classe trabalhadora, ocupando grande espaço nas redes sociais e culminando em defesa do projeto de emenda constitucional encampada pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e apresentada pelo PSOL na Câmara dos Deputados.
As duas pautas se cruzam nesse momento crítico da realidade brasileira porque impõe demandas concretas de luta muito significativas para a vida do conjunto da população. Enquanto a resistência contra o ajuste fiscal significa uma defesa popular contra cortes de gastos sociais que atacarão os mais pobres e beneficiarão somente o mercado e os grandes empresários, a luta contra a escala 6×1 significa uma oportunidade de melhoria nas condições objetivas de vida dos trabalhadores pressionados por um regime de trabalho desumano voltado principalmente para setores com salários mais baixos no setor de serviços, transportes, entre outros.
Como disse Rick Azevedo, liderança do VAT e vereador eleito pelo PSOL-RJ:
Ninguém pode viver tendo só apenas um dia de folga. A escala 6 por 1 é um modelo ainda de escravidão que continuou. Por isso que falo isso e reafirmo sem medo algum: não tem como a gente falar de vida além do trabalho só tendo apenas um dia de folga.
Os efeitos destas lutas já são notados. O recente lançamento do Manifesto contra o Pacote Antipopular ameaçado pelo governo já reuniu milhares de assinaturas de intelectuais, ativistas sindicatos e movimentos sociais em um movimento crescente. Da mesma forma, a mobilização contra a escala 6×1 se amplia rapidamente e já é destaque na mídia e nas redes sociais. O movimento VAT está convocando manifestações para o dia 15 de novembro para levar esta pauta às ruas e pressionar o Congresso, onde a ampla participação será essencial.
A luta pelo fim da escala 6×1 é fundamental. A Revista Movimento e os militantes do Movimento Esquerda Socialista (MES), tendência fundadora do PSOL, estão engajados nessa campanha. Nas mobilizações de rua, em colagens de cartazes, nas suas redes sociais, com nossos parlamentares e frente de luta, defendemos que esta seja uma campanha central da esquerda junto com a luta contra o ajuste. Como campanha central, somos otimistas de que se pode ter mobilização. E o apoio que tem recebido da classe trabalhadora mostra como bandeiras de classe são fundamentais para mudar a relação de forças e para que a classe trabalhadora passe para a ofensiva política.