Prisão para Braga Netto e Bolsonaro! É urgente responder às provocações golpistas
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Prisão para Braga Netto e Bolsonaro! É urgente responder às provocações golpistas

As recentes revelações e prisões de bolsonaristas exigem uma reação unificada imediata contra o golpismo

Israel Dutra e Roberto Robaina 19 nov 2024, 17:32

O gravíssimo atentado em Brasília contra o STF resultou na morte de seu autor, um líder bolsonarista da cidade de Rio do Sul. Agora, após o término da reunião do G20, novas revelações detalham outro plano golpista, desta vez datado de dezembro de 2022, para matar Lula, Alckmin e Alexandre Moraes. A conspiração envolvia generais e agentes de ponta da tropa de elite conhecida como “kids pretos”, policiais e outros membros da alta oficialidade. A reunião teria tido lugar na residência do general Braga Netto, então candidato derrotado à vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro.

Há uma escalada na crise diante desses fatos. É urgente tomar medidas para prender a cúpula golpista, levar adiante os processos criminais do 8 de janeiro e colocar a extrema direita numa defensiva.

Máxima gravidade

A prisão na manhã de hoje, 19/11 do núcleo golpista formado por quatro militares e um policial, tornada pública por Alexandre de Moraes a partir de intensa investigação da PF, é o mais grave acontecimento envolvendo as conspirações golpistas desde a intentona de 8 de janeiro de 2023.

Junto ao atentado da semana passada e a expedição de mandado de prisão e pedido de deportação dos golpistas evadidos para Argentina, completa o “aumento da temperatura política”, como resposta à polarização crescente entre a extrema direita e o regime.

A vitória de Trump – seguida dos embates retóricos de Musk – é celebrada pela extrema direita brasileira e mundial, sendo usada como uma senha para “levantar a cabeça”. A ousadia do atentado feito por Francisco Wanderley, conhecido como “Tio França”, aponta tais elementos. A queima de sua casa, dias mais tarde, também mostra a preocupação dos golpistas em não deixar rastros no preparo de suas ações violentas, mesmo quando descoordenadas ou inconsequentes.

A revelação do plano para assassinar Lula, Alckmin e ministros do STF é de máxima gravidade, visto que foi preparada e nutrida com integrantes da alta cúpula do bolsonarismo, sendo Braga Netto sua cabeça mais proeminente.

Não é um acontecimento a mais. É um salto na necessidade do enfrentamento e de medidas concretas e práticas para cortar os “fios invívisveis” das conspirações golpistas, que tem seu núcleo dirigente no clã Bolsonaro.

Um risco, uma oportunidade

Obviamente, o alerta da situação impõe riscos importantes, pois desnuda até onde a extrema direita é capaz de ir para fazer valer a sua sanha golpista de não apenas voltar com Bolsonaro à presidência como fechar o regime da Nova República, atacando suas instituições e seus dirigentes. É preciso dar nome aos agentes ligados ao agronegócio, aos setores golpistas da burguesia, lideranças supostamente evangélicas conservadoras.

Tais revelações, contudo, nos trazem uma oportunidade única de retomar a ofensiva contra os golpistas, seja por medidas judiciais e criminais, seja na opinião pública.

É preciso retomar as ações judiciais contra os golpistas, enquanto os setores do Centrão – fortalecidos pelos resultados das urnas, entabularam na roda de acordos para a sucessão das Câmaras o apoio aos projetos de lei que visavam anistia.

A pressão após o atentado enterrou boa parte dessas iniciativas. Porém, ainda é muito pouco.

É preciso aproveitar a comoção popular para ir a fundo e cortar profundamente os direitos políticos e democráticos dos agentes envolvidos no golpismo. Isso passa por uma ação enérgica que leve à prisão Bolsonaro e Braga Netto, por uma depuração imediata dentro das cúpulas das forças armadas, pela proscrição dos parlamentares envolvidos como Pazzuelo e pela divulgação do sigilo fiscal e comercial das empresas e empresários que financiaram o movimento golpista.

É hora da ação. Isso será decisivo para os próximos anos de luta política.


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Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 19 nov 2024

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Pedro Micussi