Chega de violência policial! Justiça para todas as vítimas!
Casos recentes de violência policial se espalham por todo país, amplificando a repressão estatal cotidiana nas periferias
Os recentes casos de violência policial em vários estados do Brasil evidenciam uma crise estrutural em nosso sistema de segurança pública. A Polícia Militar tem sido responsável por ações que resultam na morte de jovens negros, periféricos e trabalhadores.
Em Pernambuco, Thiago Bezerra, um motoboy que estava trabalhando, foi morto a sangue frio. Gabriel Costa assassinado em Salvador. Em São Paulo, Gabriel Renan Soares foi assassinado com requintes de crueldade com 11 tiros queima ropa, e outro homem foi jogado de um viaduto por um policial militar. Esses crimes não são casos isolados, são parte de um padrão histórico de opressão e racismo institucional.
A violência policial é cotidiana em todas as nossas periferias. No ano passado, de acordo com o anuário de segurança pública, foram 6.393 casos resultantes da letalidade de agentes do estado – em média, 4 dessas 5 pessoas eram pretas ou pardas. O número de mortes provocadas por intervenção policial no Brasil cresceu 188,9% em uma década.
Por exemplo, em relação ao estado de São Paulo, em 2024, a letalidade policial atingiu níveis alarmantes, com 496 mortes até setembro, um aumento de 75% em relação ao ano anterior. O massacre racializado é evidente: 64% das vítimas eram pretas ou pardas. Esses dados refletem o genocídio da população negra e pobre, sistematicamente eliminada pela violência do Estado. Não podemos esquecer os 9 jovens mortos pela Polícia Militar em Paraisópolis, em 2019. A criação de uma segunda ouvidoria subordinada à Secretaria de Segurança Pública em São Paulo é um retrocesso, enfraquecendo ainda mais os mecanismos de controle existentes.
A impunidade segue como regra, e representam graves violações dos Direitos Humanos, permitindo que os responsáveis por essas tragédias continuem agindo com total descaso pela vida das pessoas mais vulneráveis. É urgente exigir mudanças profundas na atuação policial.
A implementação de câmeras corporais para todos os agentes da PM é uma medida necessária para aumentar a transparência e prevenir abusos. No entanto, apenas o controle externo e a denúncia não bastam. É preciso questionar a lógica militarizada e racista que sustenta as ações das forças de segurança pública no Brasil.
Convocamos a sociedade a se mobilizar contra a violência policial! Os dados são de conhecimento público, porém mesmo com esses acontecimentos escancarando a realidade para todos, não há sensibilidade sobre o tema. Precisamos de uma ampla luta popular para exigir justiça por Thiago, Gabriel, os jovens de Paraisópolis e tantas outras vítimas da brutalidade do Estado. A impunidade não pode mais prevalecer. Lutamos por políticas públicas que valorizem vidas e promovam igualdade, ao invés de perpetuar a opressão e o extermínio.
Câmera na farda já! Controle efetivo das ações policiais e responsabilização por atos de violência. Chega de impunidade! Justiça para as vítimas da violência do Estado!