Audiência pública rejeita privatização da Compesa: “A água não é mercadoria, é um direito humano”
População pernambucana se mobiliza contra a proposta da governadora Raquel Lyra de privatizar a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa)
Em uma audiência pública realizada neste 15 de janeiro na Câmara Municipal do Recife, diversos setores se manifestaram contra as intenções da governadora Raquel Lyra de privatizar a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A proposta, apresentada como uma “concessão”, foi duramente criticada por sindicatos, organizações sociais e ativistas, que destacaram que transformar a água em mercadoria impactará de forma desproporcional as comunidades mais vulneráveis, especialmente as mulheres.
“A privatização da água atinge diretamente as famílias mais pobres, que já enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos. Mas o impacto é ainda maior sobre as mulheres, que são as principais responsáveis por gerenciar a água em seus lares e comunidades”, afirmou Rafaela Ramos do Movimento de Esquerda Socialista do PSOL.
Com exemplos de privatizações fracassadas em outros estados, os participantes alertaram sobre os aumentos abusivos nas tarifas e a priorização de áreas mais rentáveis, deixando periferias e zonas rurais abandonadas, ao que Ramos enfatizou “Quando a água se torna mercadoria, as mulheres das comunidades vulneráveis carregam o peso de caminhar quilômetros para buscar água, garantir a higiene e cuidar de suas famílias, enquanto empresários enchem os bolsos”
A água não pode ser tratada como um bem de luxo. “Estamos falando de um direito humano essencial. Privatizar significa excluir aqueles que não podem pagar, e isso tem consequências diretas na qualidade de vida das mulheres e de suas famílias, que já enfrentam inúmeras desigualdades. ”
Desde o MES fazemos um apelo urgente à resistência coletiva: “Defender a Compesa é defender a dignidade do nosso povo. A água não tem preço porque é vida, e a vida não pode ser mercantilizada. Se permitirmos essa privatização, serão as mulheres, os trabalhadores e os mais pobres que pagarão o preço mais alto.”
A audiência foi encerrada com uma declaração contundente: a água deve permanecer sob controle público, ser gerida com transparência e garantida para todos, sem distinção. “A água não se vende, porque vendê-la é vender nossa dignidade”.
Desde nossa corrente estamos determinados a promover uma campanha em contra da mercantilização de um Direto Humano como é o acesso à agua.