Foto: Manifestação contra Trump convocada por Bernie Sanders. (Chet Strange/Getty Images)

Via International Viewpoint

O senador Bernie Sanders está em uma campanha nacional “Fighting Oligarchy Tour” (Turnê de Combate à Oligarquia), atraindo dezenas de milhares de pessoas para seus comícios, onde ele fala com veemência contra o presidente Donald Trump, o Partido Republicano e os bilionários que agora dominam a política dos EUA. Com a música “Power to the People” nos alto-falantes, ele sobe ao pódio e, como sempre, fala em nome dos 99% e condena o 1% que, trabalhando com Trump, está assumindo o controle do país.

Sanders, um político independente que concorreu à presidência duas vezes nas primárias do Partido Democrata, está acompanhado por Alexandria Ocasio-Cortez, uma democrata que representa um distrito da cidade de Nova York no Congresso dos EUA, enquanto realizam comícios em estados dominados por democratas e republicanos. Tanto Sanders quanto Ocasio-Cortez são socialistas democráticos que fazem parte da ala esquerda progressista do Partido Democrata.

As pessoas que comparecem aos comícios de Sanders estão irritadas com Trump, decepcionadas com o Partido Democrata e procurando alguém que fale, não por elas, mas com elas. Como diz Sanders, “Não sou eu, somos nós”. Sanders diz às multidões: “Podemos nos organizar em nível de base. Podemos nos tornar sindicalistas fortes. Não vamos deixar que a classe bilionária tenha todo o poder. Nossa mensagem para eles é: As pessoas lutaram e morreram para criar uma sociedade democrática. Vocês não vão tirá-la de nós”.

Sanders está conclamando as pessoas a criarem um movimento que possa defender a seguridade social, o Medicaid e a educação pública, bem como os trabalhadores federais e seus sindicatos que estão sendo atacados. Sanders também está planejando forçar votações no Senado para bloquear US$ 8,8 bilhões em armas para Israel. “Netanyahu (o primeiro-ministro israelense Benjamin) violou claramente as leis americanas e internacionais nessa guerra brutal, e precisamos acabar com nossa cumplicidade nessa carnificina”, diz Sanders.

A situação dos trabalhadores federais é particularmente terrível. Com o poder de Trump, Musk demitiu cerca de 40.000 funcionários federais. E, em 27 de março, Trump assinou uma ordem executiva acabando com a negociação coletiva, ou seja, destruindo efetivamente os sindicatos de dezenas de milhares de outros. Vários sindicatos nacionais estão convocando seus membros a comparecerem em massa aos protestos “Hands Off Our Union!” (Tire as mãos do nosso sindicato!) em cidades de todo o país no dia 5 de abril.

Um desses sindicatos, o Communication Workers of America, escreveu:

Nossos empregos e nossa liberdade de negociar contratos estão sob ataque. Os bilionários estão dando as ordens em Washington, levando a demissões em massa, cortes no financiamento de pesquisas sobre o câncer, novos obstáculos para os beneficiários da Previdência Social e o desmantelamento das agências independentes que responsabilizam os empregadores quando eles violam nossos direitos…. Quando nossos empregadores violam nossos acordos de negociação coletiva, quando se recusam a negociar contratos justos, quando impedem que os trabalhadores se organizem para se filiar ao nosso sindicato, usamos todas as ferramentas que temos para proteger nossos direitos.

Os trabalhadores federais de uma grande variedade de agências que enfrentaram cortes e demissões em massa têm sido particularmente ativos nos protestos contra Trump e contra seu capanga, o bilionário Musk. Os funcionários federais estão divididos entre vários sindicatos, como a Federação Americana de Funcionários do Governo e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Tesouro, entre outros. E nem todos os trabalhadores federais fazem parte de sindicatos. Assim, os ativistas dos trabalhadores criaram uma nova organização, a Federal Unionists Network, para ajudar a trazer os trabalhadores para os sindicatos e para a ação.

Portanto, temos um movimento político inspirado e liderado por Bernie Sanders e um movimento de trabalhadores formado principalmente por servidores federais, dois movimentos que, se continuarem a crescer e convergir, poderão dar um significado real ao termo “a resistência”.