Crise do INSS: ressarcir imediatamente os aposentados e punir os responsáveis
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Crise do INSS: ressarcir imediatamente os aposentados e punir os responsáveis

Combate amplo contra a corrupção não pode ser justificativa para mais austeridade fiscal

Israel Dutra 7 maio 2025, 07:35

Foto: EA/Reprodução

Um roubo, um achaque milionário de milhões de aposentados, foi noticiado dentro do INSS. Um escândalo que influencia a conjuntura nacional, com novas revelações a cada dia na imprensa, fatos que já derrubaram o antigo ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A Operação “Sem Desconto” , articulada entre a Polícia Federale a Controladoria-geral da União (CGU), trouxe a tona um esquema entre entidades e associações que fraudavam dados e assinaturas para aplicar descontos mensais, de forma direta, na folha de pagamento de cerca de 4 milhões de aposentados.

O esquema foi montado durante o governo Bolsonaro (2019-2022) e liderado por Antônio Camilo Antunes, conhecido pelo apelido “Careca do INSS”, que articulou o conjunto dos golpistas. Ao lado dele, o empresário Carlos Ferreira Lopes, que segundo o site Intercept, é um dos agentes do Agro e do Centrão, a frente das entidades que desviaram dinheiro.

Depois da demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e da queda de Lupi, muitas interrogantes seguem no ar. A questão fundamental é como ressarcir e reparar os aposentados, além de punir os envolvidos.

Omissão do governo, hipocrisia da extrema direita

A indignação geral tomou conta dos aposentados e suas famílias, lesados diretamente pela fraude “institucional”. Vale ressaltar a responsabilidade e omissão do governo no caso, muitas vezes a reboque do Centrão, pois inúmeras vezes o antigo ministro foi alertado dos esquemas, incrustados há muito tempo pelo governo golpista (em todos os sentidos) de Bolsonaro. O governo não antecipou nem explicou o esquema oriundo no governo Bolsonaro: poderia ter chamado uma cadeia de televisão para sair na frente, exigindo investigações e se comprometendo com os aposentados.

Lupi, por sinal, já tinha sido demitido no segundo governo Dilma, também sob suspeita de envolvimento com corrupção e lavagem de dinheiro.

A mesma direção do INSS também utilizou de todos os meios para atacar a organização sindical dos trabalhadores, usando e abusando de práticas antissindicais durante as últimas campanhas salariais e greves da categoria.

De outra parte, a extrema direita não apenas quer confundir, desvencilhando-se da operação da quadrilha surgida nos anos Bolsonaro, como quer aproveitar a desgraça dos aposentados para fazer um tipo de proselitismo, justamente quando se encontram divididos diante do cerco que se fecha ao ex-presidente. Sua estratégia é transformar a CPI num palco próprio, não só perpetuar a impunidade, como criar uma verdadeira usina de fake News para seu próprio proveito eleitoral.

Defender os aposentados e punir os corruptos

A equipe econômica está utilizando o escândalo, com Haddad e Ceron na primeira linha, para voltar com o discurso fiscalista, com a fachada de discurso técnico, do famigerado “pente fino” como fizeram com o BPC e outros programas sociais. Caso essa linha seja vencedora, os aposentados pagarão a conta duplamente, seja corrupção, seja pela austeridade.

Precisamos disputar com um programa nítido: defesa dos aposentados, com ressarcimento imediato de todos os milhões que foram lesados, dar voz aos servidores do INSS, apontando para uma comissão com o movimento que tenha condições de auditoria nos órgãos e capacidade de promover outro plano de gestão da previdência pública, punição exemplar a todos envolvidos, sejam do governo anterior ou desse governo.

A proposta que a deputada Fernanda Melchionna apresentou defende crédito extraordinário de R$ 6,3 bilhões para ressarcir vítimas de esquema que provocou demissão no INSS, exigindo medidas imediatas por parte do governo Lula.

Apenas nesse caminho, com uma posição contundente e nítida em defesa dos trabalhadores, conseguiremos sair dos impasses de uma crise que está longe de acabar e que até aqui tem os aposentados e pensionistas do Brasil como grandes prejudicados pelo golpe bilionário.


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Camila Souza